Pela primeira vez desde que foi implementado, em 2005, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) fechou o ano após ultrapassar a marca dos R$ 2 trilhões.
O valor, alcançado na última semana, representa o total de tributos, inclusive impostos, taxas e contribuições, pagos pela população brasileira para a União, os estados e municípios.
De acordo com o presidente da ACSP, Alencar Burti, se fossem melhor aplicados, esses R$ 2 trilhões em tributos pagos pelas empresas e cidadãos seriam mais do que suficientes para atender às necessidades de todos os brasileiros.
É imprescindível uma reforma tributária no Brasil, que só poderá ser feita se houver solução satisfatória para a crise política, na urgência que o país requer, finalizou Burti.
Estudo
Levantamento encomendado pela ACSP ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revela informações referentes à marca de R$ 2 trilhões.
Segundo o estudo, após arrecadar R$ 1,95 trilhão em 2014, o Brasil fechará o ano de 2015 com arrecadação nominal superior a R$ 2 trilhões em 2015, apesar da crise econômica, o que representa um crescimento nominal de 2,8% sobre 2014.
Esses resultados seguem nova metodologia de cálculo do Impostômetro implantada em maio de 2015 pelo IBPT. Ela decorre da alteração da forma de medição da carga tributária, em função da mudança na metodologia do cálculo do PIB implementada em março pelo IBGE.
Os tributos federais representam 65,95% da arrecadação de R$ 2 trilhões. Já os tributos estaduais equivalem a 28,47% e, os municipais, a 5,58%.
Individualmente, o tributo de maior arrecadação é o ICMS (19,96%do total), seguido do INSS (19,18%), Imposto de Renda (15,62%) e COFINS (10,13%).
Gastos
O estudo informa a arrecadação por tributo e mostra o que dá para fazer com R$ 2 trilhões. Entre as possibilidades estão construir mais de 90 milhões de casas populares, fornecer medicamentos para a população brasileira por mais de 800 meses e pagar mais de 2,6 bilhões de salários mínimos.
Há, também, curiosidades. Dois trilhões de notas de R$ 1 correspondem, empilhadas, à altura de 6.666.666 prédios de 100 andares cada um. Se cada nota fosse um litro de água, corresponderia à vazão de 112 horas das Cataratas do Iguaçu. E, com as notas, seria possível preencher a metragem quadrada de 16 cidades do tamanho de São Paulo.