Pesquisa divulgada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) encomendada ao Instituto Ipsos revela que 41,2% dos brasileiros vão usar a primeira parcela do 13° salário para pagar dívidas, contra 28,9% do ano passado.
Outros 29,4% vão poupar esta parcela. No ano passado, foram 20% neste grupo. Assim, um universo de 70,6% dos consumidores optará por quitar dívidas ou guardar dinheiro – é o maior contingente de cautelosos desde 2009, quando a pesquisa começou a ser feita. No ano passado essa parcela era de 48,9%. O levantamento foi feito em todo o Brasil entre os dias 15 e 29 de outubro.
“O varejo vai enfrentar um consumidor extremamente cauteloso e disposto a pagar o que deve e poupar, ao invés de comprar”, frisou Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Para a ACSP, os 29,4% dos brasileiros que pouparão a primeira parcela do 13º deverão usar o dinheiro para pagar despesas do início do ano, como IPVA e IPTU, além de material e matricula escolares.
A pesquisa informa que 8,8% usarão o benefício para comprar presentes, contra 20% em 2014. Já 5,9% vão viajar (8,9% ano passado). E 2,9% reformarão a casa (4,4% ano passado).
Os dados sugerem um cenário desfavorável para o setor de supermercados, já que, no ano passado, 2,2% dos entrevistados responderam que comprariam alimentos para as festas de fim de ano – na pesquisa de 2015 esse item não pontuou.
Mas há uma boa notícia para as lojas de vestuário, já que mais gente vai comprar roupa: 2,9% dos brasileiros ouvidos em 2015 pelo Instituto Ipsos para a pesquisa da ACSP revelaram que comprarão roupas com o benefício – em 2014 eram 2,2%.
Por fim, os indecisos somam 11,8%, contra 17,8% no ano passado. A pesquisa foi feita com base em 1.200 entrevistas domiciliares e os consumidores puderam escolher mais de uma resposta.
“O brasileiro vai comprar menos e viajar menos, mas talvez ele compre uma roupa nova para as festas de fim de ano”, comentou Alencar Burti. “O cenário é de um consumidor mais cauteloso, mais inseguro no emprego e com uma situação financeira ruim, o que se reflete na intenção de comprar e viajar”, avaliou Burti. Ele completa que a piora da situação financeira resulta do aumento da inflação de alimentos e tarifas públicas (como luz e água), da queda da massa salarial e do encarecimento do crédito.