O brasileiro consome, em média, o dobro da quantidade de sódio recomendada por dia pela Organização Mundial da Saúde – OMS. De 5g diários, os brasileiros consomem 10g. O sal é um dos vilões das dietas da modernidade. Por estar relacionado a uma série de complicações na saúde, especialmente a hipertensão arterial, o condimento entrou na mira dos profissionais da área do mundo inteiro.
Apesar de ser necessário para o corpo para equilibrar o volume de líquidos dentro dos vasos sanguíneos e garantir o bom funcionamento do cérebro, é preciso bom-senso nas pitadas extras. O consumo excessivo pode levar ao aumento do volume de sangue, causando uma pressão maior nos vasos.
Com isso, as chances de desenvolver hipertensão arterial é bem maior. A preocupação, explica a médica Silvana Kesrouani, diretora dos Institutos de Nefrologia de Mogi das Cruzes e de Suzano, é que o quadro atrapalha o bom funcionamento do organismo. “Com as artérias prejudicadas, que são responsáveis pela irrigação de vários órgãos, há grande probabilidade de uma série de doenças, como derrame, cegueira, insuficiência renal, problemas cardiovasculares, entre outras. E justamente por ter esse poder devastador é que a hipertensão é tão perigosa. Para a doença renal crônica, por exemplo, ela é uma das principais causas.”
Nos Institutos de Nefrologia de Mogi das Cruzes e de Suzano, a maioria dos pacientes deu entrada para o tratamento de hemodiálise com hipertensão. Em Mogi, 320 dos 330 pacientes são hipertensos (97%) e em Suzano, 135 dos 264 no total (51%). No Brasil, segundo o censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2011, 35% dos doentes renais crônicos eram hipertensos e 27% diabéticos.