‘Fast food’ pode comprometer fertilidade

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Estudos desenvolvidos no Instituto Sapientiae, em São Paulo, revelam que
pacientes submetidas a um acompanhamento nutricional – e que modificaram seus
hábitos alimentares durante o tratamento de fertilização assistida – duplicaram
suas chances de engravidar. Influência altamente positiva na produção de
esperma também foi registrada entre os homens que reduziram drasticamente o
consumo de fast food.

“Como a rotina das grandes cidades é muito agitada, o
hábito de almoçar nas redes de fast food, consumindo lanches incrementados com
carne em dose dupla, maionese e bacon, acompanhados de batatas fritas e
refrigerante, já foi incorporado por muitos jovens e adultos. Além dos inúmeros
estudos comprovando os malefícios à saúde como um todo – principalmente em
relação à saúde do coração, obesidade e diabetes – há evidências do prejuízo
causado em quem quer ter um filho”, diz Gabriela Halpern, nutricionista do
Fertility – Centro de Fertilização Assistida e pesquisadora do Instituto Sapientiae.

De acordo com Gabriela, seguir à risca as orientações
nutricionais pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento para
engravidar. “Tanto homens como mulheres que adotaram um novo modelo
nutricional, aumentando o consumo de alimentos integrais, frutas e vegetais,
puderam comprovar como os minerais, aminoácidos essenciais e vitaminas
antioxidantes exercem influência positiva no metabolismo humano, resultando
numa resposta bem mais efetiva aos tratamentos de reprodução assistida”. Mas
não basta acrescentar alimentos mais saudáveis ao cardápio. A nutricionista
afirma que é preciso cortar drasticamente tudo o que compromete a saúde, como o
excesso de carne vermelha, pães brancos, frituras, gorduras saturadas e álcool.
Ou seja: quase tudo o que é oferecido hoje em dia nos restaurantes de fast
food.

Estudos realizados na Universidade de Oxford revelam que
36% dos homens avaliados com problemas de fertilidade são obesos e 20% têm
sobrepeso. Mais do que isso: há projeções de que 23% dos garotos e 37% das
meninas que hoje têm entre 11 e 15 anos serão obesos em 2050. Essa realidade do
Reino Unido também é encontrada em outras partes do mundo onde a obesidade
passou a ser encarada como um problema de saúde pública, como Estados Unidos e
Brasil.

Na opinião de Gabriela Halpern, a adoção de hábitos
alimentares saudáveis é fundamental quando não se quer ter espermas de pior
qualidade, problemas na ovulação e, consequentemente, dificuldades para gerar
um bebê. “Perder peso contribui para aumentar as chances de concepção. Mas é
preciso estar atento: quem está em tratamento de fertilização não deve fazer
dieta para perder peso e sim reorganizar os hábitos alimentares. A perda de
peso pode ser um desafio a ser encarado antes ou depois do tratamento, sempre
visando ao ganho de saúde e disposição”.

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