A Páscoa é uma festa antiga, ligada a rituais religiosos da cultura judaica chamada Pessach, ou Passover. Para os judeus, a festa significa a passagem da escravidão vivida pelo povo hebreu no antigo Egito para a liberdade. Os cristãos apropriaram-se da festa justamente pelo seu significado, relembrando a libertação de Cristo através de sua ressurreição. Assim, a Páscoa cristã celebra o fim da morte e o início de uma nova vida.
A festa envolve diversos símbolos. Um deles é o coelho, utilizado para simbolizar a vida e a fertilidade por conta de sua grande capacidade reprodutiva. O ovo também é utilizado como ícone da Páscoa, pois representa a vida nova para os cristãos. Em países adeptos do cristianismo ortodoxo, como no leste europeu, os ovos de galinha são esvaziados e pintados com cores primaveris ou com imagens de Cristo e da Virgem Maria, além de trazerem doces em seu interior.
A partir do século XX, com o crescimento e expansão do capitalismo industrial, os ovos de Páscoa passaram a ser alvo dos interesses de marketing e comércio. Nos países ocidentais cristãos, a prática de fazer ovos de chocolate tornou a Páscoa uma festa para o mercado. A questão é: como símbolos culturais e religiosos milenares tiveram seus significados alterados pelo comércio e indústria, tornando a Páscoa, hoje, uma mera troca de bombons e ovos de chocolate?
De qualquer forma, vale lembrar que o objetivo original da festa é vivenciá-la com muita alegria e harmonia entre todas as pessoas ao seu redor, mesmo vivendo em um mundo cada vez mais individualista.
Boa Páscoa!
*Francisco Paiva Júnior é professor de História do Colégio Módulo. Historiador, pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.