Do início de 2014 até agora já foram registrados 19.139 focos de calor, segundo informações dos satélites de referência do INPE. Esse dado aponta que o número de queimadas no país entre janeiro e julho deste ano é o maior desde 2004.
O valor está tão alto, não apenas por causa da seca do inverno, mas por conta da estiagem severa registrada no verão.
De acordo com o meteorologista da Somar, Celso Oliveira, o período seco deste ano está sendo muito maior que o normal, o que faz com que a situação somente piore, já que a vegetação do país é bastante debilitada, vulnerável à formação e propagação das chamas.
O Estado que mais queimou nos primeiros sete meses deste ano foi Mato Grosso, com 4.948 incêndios florestais, seguido de Tocantins, com 2.514 e Maranhão, com 1.402. “E o pior é que nada deterá as chamas em pouco tempo. Não há previsão de chuva significativa na maior parte do Brasil por pelo menos 45 dias”, alertou Oliveira.
O ano de 2014 só não teve mais focos de calor do que 2002, 2003 e 2004. Há 10 anos, o Brasil teve 25.231 queimadas de janeiro a julho, já no mesmo período do ano passado, o número foi de 13.212.
O Estado de São Paulo informou que já busca soluções para diminuir os números de queimadas. A queima da palha da cana-de-açúcar, muito comum no setor, está proibida. Nas áreas mecanizadas, os produtores não poderão fazer a queima a partir de 2014, já nas áreas não mecanizadas o prazo é até 2017.