Após pouco mais de três meses da mudança do sentido da Rua 9 de julho e adjacências na Região Central da cidade. A maioria dos comerciantes ouvidos pelo JV aprovou a mudança de inversão das vias porque trouxe mais fluidez ao trânsito, mas que ela não repercutiu em vendas.
A mudança ocorreu depois de muita pressão do grupo composto por cerca de 120 comerciantes que vinham se reunindo desde 2016 para pedir a inversão do sentido das ruas da região central à Prefeitura. De acordo com eles, a alteração, realizada em 2014, além de ter sido feita sem prévia consulta a população, "empurrava o fluxo de veículos para fora do Centro", o que acabava por prejudicar as vendas.
Em junho do ano passado os comerciantes enviaram aos jornais uma nota de repúdio à Prefeitura de Vinhedo por ignorar os pedidos do grupo com relação às alterações no trânsito da cidade e apresentaram um abaixo-assinado com mais de 2,5 mil assinaturas. A Administração chegou a criar um grupo de estudos em 2017 para analisar as mudanças propostas, mas ele nunca saiu do papel.
Com as alterações implementadas, a região central perdeu 12 vagas de estacionamento por causa das mudanças na Rua Fernando Costa e Humberto Pescarini, que voltaram a ser mão dupla. "Gostei da mudança, achei que ficou bem melhor assim. Mas como estamos na parte de cima da 9 de julho não influenciou no movimento", destaca a funcionária Magali Pasti da Romanel Joias.
Outra comerciante que preferiu o atual sentido das ruas foi Telma Poleto da Flor da Pele Lingeries. Agora a comerciante passou do início para o fim da 9 de julho. "Eu acho que ficou melhor, o trânsito flui melhor inclusive as demais ruas, mas não tivemos alteração nas vendas", explica.
Já para Ana Paula Fornaguires da Moça Bonita Cosméticos, a mudança nem melhorou nem piorou e não tem relação com as vendas. "Para a gente tanto faz, mas se formos analisar o mês de fevereiro tivemos uma queda entre 10 a 15% nas vendas. Mas acho que não tem relação", disse.
Mesma opinião foi compartilhada pela gerente comercial da Mundo Fight Suplementos. "Pra gente não mudou muita coisa porque estamos bem no meio do Centro. As vendas melhoraram um pouco, mas para nós as mudanças não impactaram. O que o povo reclama mesmo é da falta de estacionamento", opinou Priscila de Oliveira.
"Não mudou nada, continua a mesma coisa", garante a gerente da Azul calçados, Natalia Aparecida. Esta é a mesma opinião de Magali Ferragut, proprietária da boutique de roupas que leva o mesmo nome. "Apesar de não terem aumentado as vendas eu acho que ficou melhor, porque o número de pessoas circulando aumentou. Está mais fácil chegar ao Centro, a começar pela mão dupla da Rua Humberto Pescarini. Acho que ainda é cedo para ter um feedback, ainda estamos em crise econômica", relata.
Mas se para muitos, a vendas não tiveram aumento, funcionários da Óptica A Visual comemoram a mudança. "Muito positiva foi a mudança. Movimento cresceu em torno de 80%, o Centro voltou ao que era antes. O estacionamento ainda peca, mas do resto está ótimo", elogia Kátia Almeida.