Só no último fim de semana, 18 pinguins da espécie Spheniscus Magellanicus, conhecida popularmente como Pinguim de Magalhães, foram resgatados em todo o Litoral Sul de São Paulo e levados para o Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos (Cetas Marinho), mantido pela Prefeitura de Guarujá em parceria com o Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna.
Em apenas uma semana, mais de 30 pinguins vivos foram recolhidos, além de 10 carcaças (animais mortos). “Eles têm em média de sete a oito meses, chegam famintos e desidratados porque não encontram alimentos no mar, devido ao aumento da pesca e às mudanças climáticas”, disse a médica veterinária do Centro, Andrea Maranho.
Segundo Andrea, esse número é recorde, pois no ano passado inteiro foram recolhidos 30 pinguins. “É um número muito alto para o período, apesar da maioria dos resgates ocorrer nos meses de junho a outubro, quando os mais jovens fazem sua primeira migração procedentes da Argentina. Durante todo ano de 2014 foram resgatados 30 pinguins na região.”
O tratamento dura em média um mês, porém, os jovens pinguins devem ser devolvidos ao mar apenas em outubro, mês em que as correntes marítimas estarão favoráveis para que eles voltem para sua área reprodutiva, o seu habitat natural, na Argentina.
Causa apontada pela veterinária, a sobrepesca, que é a retirada de espécies do mar acima da cota permitida pelos órgãos ambientais, já atinge quase 80% das principais espécies exploradas pela atividade pesqueira na costa brasileira.