Indústria paulista deve fechar o ano com 150 mil empregos a menos

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Este ano não será dos melhores para o setor da indústria no Estado de São Paulo. Pesquisa realizada pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) aponta que 2015 será fechado com cerca de 150 mil empregos a menos nessa área, uma queda de 6% na comparação anual.

Este deve ser o pior ano da série histórica da pesquisa das entidades, com possibilidade de atingir um novo recorde na eliminação de vagas na indústria, avalia o diretor Depecon e da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Paulo Francini.

“É a maior perda de empregos absolutos, superando até mesmo a queda ocorrida no ano da crise”, disse Francini se referindo ao saldo negativo de empregos da ordem de 110 mil, registrado em 2009.

A pesquisa realizada mensalmente pelo Depecon apurou um saldo negativo de 17 mil postos de trabalho em maio, uma queda de 0,86% na comparação com o mês anterior, na leitura com ajuste sazonal. No acumulado do ano, a indústria paulista demitiu 35 mil trabalhadores.

Segundo Francini, esse resultado é “muito ruim, e no segundo semestre há de aprofundar a crise na indústria de transformação e na economia brasileira”.

O Depecon estima que a economia brasileira deve encolher 1,7%, com viés de baixa. Francini lembra ainda que o ajuste fiscal, como está sendo conduzido pelo governo, não consegue conviver com taxa de crescimento econômico.

Números de maio

A indústria de transformação foi, na verdade, responsável pela demissão de 19.051 trabalhadores somente no mês de maio. Mas a criação de 2.051 vagas por parte do setor de açúcar e álcool, as usinas, influenciou e gerou o saldo negativo de 17 mil postos de trabalho.

A queda de 0,86% do emprego industrial em maio foi a pior da série histórica da pesquisa para o mês. Já na leitura dos últimos 12 meses, a indústria registra uma perda de 181 mil empregos, o equivalente a uma queda de 6,86%.

Na variação acumulada do ano, a cifra de menos 35 mil empregos, ou taxa negativa de 1,41%, também é a pior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2005, com exceção de 2009, ano da crise em que houve uma queda de 1,42%.

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