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Os medicamentos usados para impotência sexual e a toxina
botulínica (o popular botox) estão sendo estudados pelos urologistas como
solução para a redução dos sintomas do aumento benigno da próstata
(hiperplasia), entre eles o jato urinário mais fraco e interrompido, micção
noturna, urinar mais vezes durante o dia e urgência para urinar.
Essas alternativas de tratamento, ainda em fase de experimento,
serão apresentadas pelo médico Carlos Arturo Levi D’Ancona no Simpósio
Internacional de Urologia, Radiologia e Anatomia Patológica, nos dia 7 e 8 de
novembro, no Hotel Quality, em Itupeva (SP), promovido pela Disciplina de
Urologia e pelo Departamento de Anatomia Patológica da Unicamp em conjunto com
o Centro de Estudos do Centro Radiológico Campinas.
De acordo com o urologista Carlos Arturo Levi D’Ancona,
coordenador do Simpósio, após os 40 anos de idade 50% dos homens apresentam os
sintomas do aumento benigno de próstata, dos quais 25% acabam necessitando de
tratamento cirúrgico. Os sintomas da doença aumentam conforme a idade, chegando
a atingir 80% dos homens acima dos 80 anos. Segundo o especialista, os
estudos realizados indicam que a toxina botulínica, por exemplo, age na
próstata, facilitando a micção e proporcionando grande alívio aos portadores da
doença.
O urologista Osamu Ikari, que durante o Seminário, na
sexta-feira, 07 de novembro, às 8h20, apresentará estudos sobre a qualidade de
vida dos pacientes com obstrução benigna da próstata, explica que é possível ao
médico acompanhar a evolução do quadro do paciente por meio de exames
periódicos, sem que seja ministrada medicação ou outro tratamento. Desta forma,
evita-se que o paciente sofra com os efeitos colaterais dos remédios e com a cirurgia
antes da hora. “Não há qualquer risco para o paciente, pois o
acompanhamento vigiado é interrompido tão logo o urologista perceba a
necessidade de medicação ou de uma intervenção cirúrgica” explica.
Outro avanço nessa área são as cirurgias, quando necessárias, com
o uso do laser e de radiofreqüência, que possibilitam a necrose apenas do
tecido da parte aumentada da próstata, sem a necessidade de uma cirurgia
formal. A radiofreqüência tem resultados semelhantes aos dos medicamentos, com
a vantagem de não ter os mesmos efeitos colaterais. Já o resultado da cirurgia
a laser é similar ao da intervenção tradicional, com as vantagens de menor
risco de sangramento, menor tempo de internação e recuperação mais rápida.
O médico Osamu Ikari explica que a alternativa mais comum é a
ressecção endoscópica, que permite a retirada apenas da parte interna da
próstata, um tecido que, ao aumentar, comprime a uretra e provoca a
sintomatologia. “O mais importante na hora de optar por um
tratamento ou por uma nova tecnologia é avaliar como será a qualidade de vida
do paciente, a sua recuperação e o bom resultado do tratamento”, orienta o
especialista.
O aumento benigno da próstata não está relacionado ao câncer da
próstata, no entanto é necessário que os homens acima dos 45 anos de idade
realizem o exame de toque e o PSA (Antígeno Específico da Próstata, medido pelo
exame de sangue). “É necessário que os homens conscientizem-se de que os
dois exames são necessários, pois um complementa o outro”, alerta o especialista.