A Prefeitura de Vinhedo informou nesta terça-feira, 25, que está reorganizando a sua estratégia de segurança alimentar e deve encerrar a entrega de cesta básicas e do kit de hortifrúti a todos os alunos da rede municipal de ensino.
“Logicamente que, se fosse da nossa vontade, seguiríamos distribuindo as cestas básicas a todos os estudantes, mas temos um novo cenário e, obviamente, também uma limitação financeira. Temos de tomar uma decisão e, pelos números que me foram apresentados, a partir de agora esse trabalho será voltado às famílias com maior vulnerabilidade social. Já disse e volto a repetir: nenhuma família vai passar fome em Vinhedo”, concluiu o prefeito Jaime Cruz.
O município tem atualmente cerca de 2.500 famílias inscritas no Cadastro Único do Governo Federal, com renda per capita de até R$ 522,00. Essas famílias, agora, serão o foco do trabalho na entrega de alimentos. Aqueles que não se encaixem no público-alvo, mas que, eventualmente, precisem de auxílio, serão encaminhadas ao Fundo Social de Solidariedade.
A justificativa da Prefeitura para o corte é que a cidade já se encontra pela terceira semana na Fase Amarela e vem colocando em prática as ações como a reabertura de comércios e serviços, fazendo com que a economia seja reaquecida aos poucos, assim como a geração de empregos.
Ao todo, a Secretaria de Educação de Vinhedo adquiriu 29.870 cestas básicas e 10.276 kits de hortifrúti, com investimento total de R$ 2.858.012,24. Vale ressaltar que a distribuição dos alimentos acontece, em parte, para substituir a merenda escolar, já que as escolas municipais estão fechadas.
Segundo a secretária da Fazenda, Deise Serafim, as despesas mensais da Prefeitura já estavam praticamente 100% maiores do que o custo total com o preparo e distribuição da alimentação escolar antes da suspensão das aulas.
Cesta mais cara
No início de agosto vereadores realizaram uma denúncia contra a Prefeitura de Vinhedo que pagou R$ 62,25 cada cesta básica com 14 itens no mês de maio e R$ 86,63 cada cesta básica, com 13 itens, no mês de junho. Já a Prefeitura de Valinhos, adquiriu da mesma empresa, no mês de abril, cestas básicas com 24 itens, ao valor de R$ 64,80.
Os vereadores questionaram a falta de preço individualizado de cada item das cestas, bem como o fato de que a segunda leva de cestas compradas foi aproximadamente 35% mais cara que a primeira compra, mesmo tendo um item a menos, uma diferença de R$ 24,38.
De acordo com a Prefeitura, os preços mais elevados das cestas básicas foram uma das dificuldades verificadas. A Secretaria de Educação pagou R$ 62,25, na primeira remessa do item. Já na terceira compra, o valor chegou a R$ 99,90 por cesta. Ainda segundo a Administração, esse aumento ocorreu não somente pelo incremento de novos itens, como leite em pó, mas também pela oscilação de valores.
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