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Um psicólogo de 39 anos, especializado em psicoterapia para crianças e adolescentes, está sob investigação por abuso sexual contra seus pacientes, a maioria meninos com menos de 14 anos.

A denúncia inicial foi feita por uma mãe ao Conselho Tutelar, seguida de apresentação ao Ministério Público (MP). A Polícia Civil abriu inquérito em 11 de julho deste ano, e o caso ganhou repercussão após reportagem da EPTV Campinas, divulgada anteontem. Desde então, novas denúncias surgiram.

O caso está sendo investigado como estupro de vulnerável. O psicólogo, que nas redes sociais se apresentava como especialista em psicoterapia infantil e juvenil, foi preso temporariamente em 18 de julho por determinação da 3ª Vara Judicial. Inicialmente, a prisão foi de 30 dias, mas foi prorrogada por igual período. A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Valinhos conduz as investigações. O advogado de defesa, João Paulo Sangion, afirmou que seu cliente nega as acusações e se declara inocente, ressaltando o “compromisso ético profissional” de seu cliente.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso está sendo investigado sob sigilo. O consultório do psicólogo foi alvo de mandados de busca e apreensão, e seus sigilos telefônico e telemático foram quebrados. “A defesa entende que a prisão temporária é desnecessária, pois as investigações já foram concluídas. Não há mais diligências a serem realizadas pela autoridade policial, tornando inadequada a prisão temporária. O investigado tem o direito de responder ao inquérito em liberdade”, argumentou Sangion.

O acusado atendia em uma clínica no bairro Paquere, em Valinhos. As denúncias indicam que os abusos eram disfarçados de gestos afetivos, como abraços e “chupadas” nos dedos das vítimas durante as sessões terapêuticas. Ele é suspeito de abusar sexualmente de pelo menos dez pacientes, todos com relatos semelhantes. Todos os casos foram formalizados por boletim de ocorrência.

Uma mãe, cujo filho de 14 anos era paciente dele, relatou a dificuldade de acreditar nas acusações. “O psicólogo foi indicado pela escola onde meu filho estuda e nós o amávamos. Nunca suspeitamos de nada e ele era muito carinhoso com meu filho”, disse a dona de casa, de 50 anos.

O caso levantou preocupações na comunidade local, especialmente porque a maioria dos pacientes eram da mesma escola particular. O especialista cobrava cerca de R$ 350 por sessão. A descoberta dos abusos ocorreu quando a esposa do psicólogo pediu ajuda à mãe de uma das vítimas para redigir uma declaração de idoneidade para o marido. Após essa conversa, a mãe descobriu a verdade por meio de um Guarda Municipal, pai de um amigo do filho.

A mãe contou que o filho, que já passava por dificuldades emocionais devido à ausência do pai, não diferenciava os abusos de afeto paternal. “Eram afagos no cabelo, abraços apertados por detrás, passadas de mão na barriga. Para o meu filho, isso era normal e ele nunca me contou nada”, revelou. O caso veio à tona quando o filho mencionou que havia assistido a um filme para maiores de 18 anos com o psicólogo.

O caso está em andamento.

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