Muito comum durante todo o ano, as viroses são ainda mais frequentes no verão. Para tranquilizar pais e mães sobre essa doença tão recorrente em bebês e crianças, o doutor Francisco José Silva Maia, pediatra da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP e médico cadastrado no Portal ConsultaClick, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto.
A virose é um nome genérico dado a qualquer doença que tenha como causa algum tipo de vírus, e que tenha duração autolimitada, ou seja, onde o próprio organismo é capaz de se livrar da doença sozinho. Com duração média de 5 a 10 dias, as mais comuns são as viroses respiratórias, como os resfriados, e as intestinais, sobretudo o Rotavírus.
Geralmente as crianças são as mais afetadas por esse tipo de enfermidade, pois elas ainda estão passando pelo processo de formação do sistema imunológico, que é responsável pela defesa do corpo. O doutor Francisco José Silva Maia explica, “Principalmente em ambientes de confinamento, como as escolas, creches e berçários, as crianças ficam mais expostas a contraírem esse tipo de doença, pois há maior circulação do vírus. Além disso, elas ainda não possuem as noções básicas de higiene e corriqueiramente levam a mão à boca sem lavá-la, espirram sem proteger o nariz, e ingerem alimentos que tenham caído no chão, facilitando assim, o contágio e a transmissão dessas enfermidades”.
Entre as principais viroses que atingem as crianças estão as respiratórias, que apesar de bastante comuns durante o outono e inverno, também aparecem no verão. Geralmente os sintomas são tosse, coriza de cor clara, congestão nasal e febre, devendo desaparecer naturalmente em alguns poucos dias. O doutor Francisco indica que os pais administrem apenas os sintomas, fazendo inalações com soro fisiológico, sempre que necessário, para auxiliar na boa respiração e mantendo a atenção, sobretudo, na hidratação da criança.
Também são bastante comuns as viroses que atingem o trato intestinal, como o Rotavírus, que possui esse nome devido a sua forma similar a roda de uma carroça. O contágio dessa enfermidade ocorre pelas vias aéreas superiores, ou seja, boca e nariz, e os sintomas são de desconforto abdominal, vômitos, febre e diarreia. Nesses casos os pais devem manter a atenção à higiene da criança e devem adotar uma dieta constipante, que prioriza a reposição de líquidos e a ingestão de alimentos que ajudem a estabilizar o funcionamento do intestino.
Em crianças que ainda não falam, o diagnóstico dessas enfermidades é mais complicado. O doutor Francisco comenta que os pais são os grandes aliados no processo de identificação dessas doenças, devendo ficar atentos ao comportamento das crianças. “Além dos sintomas da doença, como vômitos e febre, os pais devem observar se o apetite da criança está reduzido, se ela está apática e rejeitando refeições, pois esses também podem ser sinais de que ela apresenta um quadro virulento”.
Podem ocorrer também complicações bacterianas em decorrência da debilidade da criança. As viroses respiratórias podem desencadear eventualmente uma pneumonia ou otite, e nos casos das viroses intestinais, a criança pode desenvolver um quadro de desidratação, necessitado assim, de cuidados especiais. Para evitar esse tipo de complicação, o doutor Francisco ressalta, “os líquidos são os grandes protagonistas nos tratamentos das viroses”.
Para os pais que preferem prevenir os seus filhos dessas doenças, crianças a partir de 2 meses já podem tomar a vacina contra o Rotavírus e, a partir de 6 meses, a vacina contra Influenza, uma das viroses respiratórias mais comuns atualmente. É importante ressaltar que crianças em todas as idades estão sujeitas a contrair viroses, especialmente aquelas com idade entre 4 a 6 meses, mas com o crescimento, o sistema imunológico do corpo vai adquirindo mais resistência, e a tendência é que as viroses fiquem gradualmente menos recorrentes.