A cidade de Valinhos registrou um manifesto contra o aumento nas passagens de ônibus na noite desta terça-feira, 18. O ato começou na Praça da Matriz de São Sebastião e seguiu para a Câmara Municipal.
Na Câmara os cerca de 600 manifestantes lotaram o plenário com cartazes e faixas nas mãos, lá eles cantaram o hino nacional. Os vereadores propuseram uma comissão para dialogar os problemas reivindicados, o que foi negado pelo movimento.
A Câmara teve a sessão suspensa e os vereadores deixaram o plenário. Depois os manifestantes esvaziaram o prédio do legislativo rumo a rodoviária, no Centro da cidade. A sessão foi retomada mais tarde.
Já em frente a rodoviária, uma pequena parte dos manifestantes invadiu o estacionamento de ônibus e gerou muita confusão. A Guarda Municipal tentou conter os mais exaltados com o uso de força policial e de gás pimenta. Um carro da GM foi apedrejado, coquetéis molotov chegaram a ser lançados pelos vândalos infiltrados dentro do movimento que até então seguia pacifico. Com a ajuda de outros manifestantes a GM conseguiu controlar rapidamente a confusão.
A multidão seguiu até a Prefeitura e encerraram o manifesto na Praça da Bíblia, no Bairro Boa Esperança.
Além de reivindicarem um valor menor para a tarifa de ônibus os manifestantes também pediram melhorias na saúde e na qualidade de vida de Valinhos. Na semana passada, a Prefeitura de Valinhos, assim como a de Vinhedo, anunciou a redução de 3% no aumento da tarifa de ônibus . Com a medida, o preço do bilhete do ônibus passará de R$ 3,30 para R$ 3,20 a partir do dia 30 deste mês.
Outro lado
Em nota enviada a imprensa, o prefeito Clayton Machado considerou legítima a manifestação de jovens, na maioria estudantes, promovida na noite desta terça-feira, contra o valor da passagem de ônibus urbano em Valinhos. Clayton enfatizou, no entanto, que a Prefeitura não subsidia o transporte coletivo e que em Valinhos o sistema é integrado, com passagem única para deslocamentos tanto para o Centro quanto para o bairro.
O secretário de Defesa do Cidadão, Ederson Marcelo Valêncio, também comentou as manifestações e a confusão na rodoviária: A maioria dos participantes do movimento estava no local de forma pacífica, mas este grupo tentou pular as catracas para invadir o terminal e forçar o portão. Essas pessoas jogaram pedras do alto da escadaria contra os guardas, atingindo o vidro de uma viatura e uma guarita. Também atiraram coquetéis molotovs que atingiram o chão, em chamas. Os guardas tiveram que usar spray de pimenta para conter a situação. Felizmente ninguém se feriu”, disse ele.
Ainda segundo o secretario, “a prefeitura não é contra manifestações populares desde que elas sejam promovidas de forma ordeira. No entanto, atos de vandalismo como o que foram praticados pelo grupo fogem à intenção inicial e legítima do movimento. O trabalho da guarda foi condizente com a necessidade, com os ânimos dos manifestantes, e necessário para impedir danos ao patrimônio público e garantir a segurança dos usuários do transporte coletivo que estavam no Terminal Rodoviário”,