Vamos concentrar nossa atenção na falta de atenção?
O dia 13 de julho é o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), criado para lembrar a importância da conscientização sobre este transtorno e sobre os prejuízos que pessoas com TDAH enfrentam em todos os espaços e contextos em que frequentam.
O TDAH é um transtorno neurobiológico, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo até a fase adulta. Afeta um elevado número de crianças em idade escolar e pré-escolar e ocorre como resultado de bases multifatoriais, com fatores genéticos, biológicos, sociais e neuropsicológicos. O diagnóstico tardio pode trazer prejuízos significativos para o indivíduo tanto na área acadêmica, social, lazer e familiar. Por isso a importância da avaliação precoce e com a participação de uma equipe multidisciplinar. A avaliação do TDAH é baseada em critérios bem definidos, como os que constam no Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais da Sociedade Americana de Psiquiatria.
Esse transtorno tem sido amplamente estudado devido, principalmente, ao aumento significativo do número de diagnósticos. De fato, a literatura da área mostra que o TDAH é uma das principais causas de procura de ambulatórios de saúde mental de crianças e adolescentes e, é frequentemente compreendido como um quadro diagnóstico complexo, de início precoce e evolução crônica. O tratamento do TDAH deve ser realizado por meio de intervenções multidisciplinares, envolvendo a criança e sua família, escola e profissionais de saúde. Essas intervenções devem envolver abordagens psicossociais e psicofarmacológicas (dependendo do grau de apresentação dos sintomas).
A criança com TDAH apresenta complicações em sua qualidade de vida social e acadêmica, que caso não sejam tratadas podem gerar comorbidades psiquiátricas, como transtorno de ansiedade e transtorno opositor-desafiador, por essa razão é bastante importante que a família busque ao máximo se organizar para realizar o tratamento adequadamente.
A qualidade da interação entre equipe de saúde e família parece ter um importante impacto positivo sobre os resultados do tratamento. O envolvimento da família pode ainda ser ressaltado sob a perspectiva que o ser humano nasce, cresce e morre dentro de uma família. Assim, a família é provavelmente o melhor contexto para compreender e auxiliar as dificuldades vivenciadas por qualquer um de seus membros. A orientação aos pais ou cuidadores de crianças ou adolescentes com TDAH é um processo educativo. Segundo Paulo Freire: “ensinar é um exercício do diálogo, da troca, da reciprocidade, ou seja, envolve falar e escutar, aprender e ensinar”.
Isso significa compreender e respeitar o tempo individual de cada pessoa durante todo o processo de estimulação, orientação e tratamentos