Câmara acata pedido da Fazenda Cachoeira para cassar vereador

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O presidente da Câmara Márcio Melle (PMN) acatou o pedido de cassação do mandato do vereador Rodrigo Paixão (REDE) feito pela Fazenda Cachoeira SA. Rodrigo é um dos parlamentares que defende a criação de um parque no local que está localizada a fazenda. A empresa por sua vez pretende fazer um loteamento com lotes menores que o permitido pelo plano diretor atual. O pedido agora vai para votação nesta segunda-feira, 16. Caso aprovado, a Câmara abre uma comissão processante contra o vereador.

Oficialmente o pedido não consta na pauta do dia, mas a Assessoria de Imprensa confirmou que será votado ainda hoje.   

O legislativo vinhedense deu um rito pouco usual no processo e rapidamente, após o parecer jurídico ser emitido a presidência da casa colocou o pedido na pauta. Geralmente, mesmo pedidos mais simples como requerimentos demoram até 15 dias para entrar em votação.

A notícia sobre o pedido da Fazenda Cachoeira foi veiculada com exclusividade pela Jornal de Vinhedo na edição imprensa deste sábado, 14.

De acordo com informações preliminares, já que a Câmara ainda não divulgou o conteúdo do pedido, a fazenda alega em seu pedido que o vereador Rodrigo Paixão “tem uma atuação parlamentar sistemática contra a Fazenda com o intuito de transformá-la em um parque”. Fala ainda que ele “faz uma verdadeira cruzada, fomentando movimentos que têm como objetivo jogar a população contra a Fazenda Cachoeira”.

Ainda de acordo com informações o pedido cita que o vereador “invadiu a propriedade juntamente com o Corpo de Bombeiros quando houve uma queimada, insinuando que ela teria sido criminosa”, que Rodrigo Paixão “se envolveu pessoalmente contra despejos na área, distorcendo os fatos e dizendo que houve maus tratos a uma idosa”, que o parlamentar “apresentou um Projeto para a criação do Parque Fazenda Cachoeira meramente autorizativo” e que o vereador fala que a Fazenda “não poderia ter fechado a portaria de passagem para a Represa II”. Ainda segundo a Fazenda Cachoeira, Rodrigo Paixão se fundamentou no erro da Prefeitura de “colocar uma placa de rua equivocadamente” para falar da abertura das porteiras da fazenda.

Procurada pela reportagem na sexta-feira, 13, o vereador comentou o caso: "os proprietários da Fazenda estão irritados com meu último discurso na Sessão da Câmara de que não se poderia votar a mudança do Plano Diretor junto com as eleições. Isso é um perigo, pois muitos interesses estariam em conflito. Querem também inverter a lógica natural das coisas. Eu estou cumprindo meu papel como vereador e defendo que aquela área se transforme em um Parque Público. Penso no futuro da nossa cidade. Quando compraram já sabiam que não poderia fazer loteamento, mas provavelmente tiveram a garantia de alguém de que poderiam especular com uma área com três represas, campo de futebol, nascentes e um Casarão histórico. Eles possuem o direito de propriedade e a população tem o direito a preservar seu território. Cabe ao governo negociar um valor que seja justo e pagá-los por isso, sem superfaturamento."

Rodrigo Paixão continuou falando mais especificamente sobre o pedido, “em relação às acusações que fazem, provavelmente estão orientados por alguém da política da cidade. Desde o início do mandato, sempre que atuei contra algum grande interesse surgiu alguma tentativa de intimidação. Falar que a Prefeitura se enganou em colocar a placa de via pública é simplesmente uma mentira como podemos ver no Decreto 147/1981 e em outros que desapropriaram as áreas que hoje fazem parte das Represas, Campo de Futebol, Barragem e o espaço do Cristo".

O decreto citado pelo vereador fala da criação de uma avenida publica em 1981 pelo então prefeito José Carlos Gasparini que passa por dentro da fazenda.

Rodrigo também falou o Projeto poderia autorizar o poder executivo na criação do Parque Fazenda Cachoeira, foi inspirado no projeto que criou o Parque Augusta na cidade de São Paulo. Segundo ele, na capital a Câmara aprovou um projeto similar e o prefeito acatou. Disse também que quando foi vistoriar a queimada estava dentro do carro da Defesa Civil e não do Corpo de Bombeiros.

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