Caracterizada por uma tristeza profunda, melancolia, cansaço e falta de motivação para as atividades diárias, a depressão, ou transtorno depressivo, é causada por fatores genéticos e neuroquímicos (mau funcionamento dos neurotransmissores cerebrais), somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos. Esta doença atinge, segundo estimativas, 350 milhões de pessoas em todo o mundo, representando 5% da população mundial.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão deve se tornar, em 20 anos, a doença mais comum no mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde.
Apesar da alta incidência, a doença é cercada de preconceitos, assim como os demais transtornos mentais e é, muitas vezes, confundida como sendo apenas uma tristeza, algo que “vai passar”.
A depressão é um quadro que traz uma sensação de vazio no peito, de que a vida está sem significado.
Causas
A depressão pode ser o resultado de uma pré-disposição genética que altera a bioquímica cerebral, ou seja, diminui a produção de dopamina e de outros neurotransmissores responsáveis pelo estado de bem estar. Entretanto, alguns acontecimentos na vida, como traumas na infância, traumas, estresse psicológico ou o consumo de drogas, podem provocar alterações na bioquímica do cérebro e levar o indivíduo à depressão.
Assim também a doença pode levar a outros problemas, como o transtorno de ansiedade, bipolaridade, TOC (transtorno obsessivo compulsivo), entre outros. A depressão induz o indivíduo ao consumo de álcool e drogas, sempre na tentativa de aliviar a dor e que resultam numa comorbidade (dependência química).
Considerada o 4º maior motivo de afastamento do trabalho, a depressão precisa ser encarada sem preconceitos. É necessário entender que os indivíduos que enfrentam a doença precisam de cuidados médicos.
Dependências
Muitos dependentes de álcool e drogas são depressivos. As substâncias consumidas liberam um alto grau de dopamina, o que faz com que a pessoa se sinta eufórica, distante de si e de sua realidade. Quando o tempo de eficácia da droga cessa, o dependente se deprime novamente, e precisa fazer uso da substância para voltar a ter bem estar num ciclo nocivo e perigoso.
“A depressão não escolhe idade, gênero ou raça. E é por esta razão que parentes e familiares devem ficar atentos quando existe mudança de comportamento nas crianças ou adolescentes e idosos. O mesmo quando amigos ou pessoas próximas evitam sair de casa, têm dificuldades de relacionamento ou no trabalho. A depressão, como qualquer outra doença, tem seus sintomas”, complementa a psiquiatra Julieta Guevara.