Segundo as estatísticas, 76% das mulheres e 57% dos homens apresentam, pelo menos, um episódio por mês de dor de cabeça. Consequência do estresse, depressão, ansiedade e até mesmo traumas na cabeça, a cefaleia tensional é a mais comum e acomete pessoas de qualquer idade – provocando dores, inclusive, no couro cabeludo e pescoço. Especialista aponta diferenças entre algumas dores de cabeça.
Sentir dor de cabeça pode comprometer a qualidade de vida e produtividade profissional, mas atualmente é possível realizar tratamento preventivo. “É importante tratar profilaticamente as cefaléias, especialmente quando elas causam grande comprometimento na qualidade de vida dos pacientes, quer seja em intensidade e/ou frequência. O tratamento pode ser feito com medidas gerais, como afastar fatores deflagradores e com medicamentos”, informa o coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Mauro Eduardo Jurno.
Técnicas de relaxamento, gerenciamento de estresse e terapia comportamental cognitiva, por exemplo, podem ser combinadas com remédios inibidores de dor e proporcionar alívio para as cefaleias crônicas.
Modalidades
No caso da cefaleia tensional, há fatores que desencadeiam a dor como permanecer com a cabeça na mesma posição por muito tempo, dormir em quarto frio ou em posição incomum. Ingestão em excesso de álcool e cafeína, além do fumo, também leva o paciente a sentir estas dores. Ela pode, ainda, ser uma manifestação do corpo devido à fadiga, esforço visual, físico ou mental, e problemas respiratórios. Com duração de 30 minutos a sete dias, a dor de cabeça não causa náusea ou vômito. Entretanto, pode prejudicar a qualidade do sono e gerar insônia.
Um quadro mais forte é a enxaqueca, que 18% da população feminina e 6% da masculina, com sintomas como dores fortes de um lado da cabeça, fotofobia, dificuldade de olhar para a luz, e fonofobia, rejeição aos ruídos mais agudos. É considerada crônica a cefaleia que acontece mais de duas vezes por semana, durante vários meses.
“Trata-se de uma doença do funcionamento cerebral, onde uma série de alterações ocorre e, por fim, observa-se uma alteração do sistema trigêmino-vascular com ‘inflamação’ perivascular que causa a dor e seu aspecto pulsátil”, comenta o neurologista.
Outro tipo de cefaleia é aquela em salvas, com período de duração menor, porém com maior intensidade de dor e mais frequente em homens. Ocorre somente de um lado da cabeça, acompanhada de lacrimejamento, agitação, olhos avermelhados e queda da pálpebra do lado da dor. Ela surge, normalmente, à noite e de madrugada, todos os dias e por um período específico do ano.
O uso indiscriminado de remédios abortivos e sintomáticos, como antiinflamatórios e analgésicos, pode acarretar em complicações, agravando o quadro e, em alguns casos, gerando a cefaleia de rebote. Quando há o alívio da dor de cabeça com uso de medicamento, ela retorna assim que o efeito passa.
Problemas na coluna cervical também fazem a cabeça doer. Intitulada cefaleia cervicogênica, é causada principalmente por alterações no pescoço e na nuca. Pode se manifestar devido a doenças na cervical, como hérnia de disco e problemas posturais. Seu tratamento é multidisciplinar, alinhando medidas medicamentosas e físicas – fisioterapias e reorganização postural são utilizadas, assim como técnicas de relaxamento.
Graças à variação hormonal, as mulheres são as que mais sofrem com as cefaleias. Durante o período fértil, as dores de cabeça são mais intensas, diminuindo após a menopausa; por isso, para melhor diagnóstico, é necessário avaliar em que fase da vida ela se encontra. Uma das enxaquecas mais importantes da mulher é a menstrual – que ocorre antes, durante, ou logo após a menstruação. Em 33% das mulheres, esse tipo começa já na primeira menstruação.