O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e referência no tratamento de doenças infecciosas para a América Latina, alerta a população para o aumento de casos de catapora durante a primavera. Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (CVE), até julho deste ano, já foram confirmados 2.168 casos da doença na faixa etária entre 0 e 9 anos.
A catapora atinge principalmente crianças, mas adultos infectados com o vírus requerem cuidados especiais, sobretudo se tiverem outras doenças associadas, pois eleva o risco de complicações. Altamente contagiosa, a patologia caracteriza-se pela presença de febre e de pintas vermelhas espalhadas em todo o corpo, que evoluem para crostas, até a cicatrização. Durante esse período, os sintomas são parecidos com os de um resfriado: febre e mal estar. A catapora é transmissível mesmo sem ter aparecido na pele.
Segundo a infectologista do Emílio Ribas, Yu Ching Lian, após a contaminação, deve-se manter o resguardo em casa, com descanso e higiene adequada. “Crianças sem disfunção imunológica não precisam tomar nenhuma medicação especial. O ideal é lavar as lesões com sabão normal durante o banho, secar, não fazer uso de nenhum tipo de pomada e não fazer curativo”, explica. Para quem tem doenças como câncer e HIV, o recomendado é a internação para tratamento adequado, evitando complicações maiores.
A médica explica, ainda, que os locais de maior contaminação do vírus em crianças são as escolas e creches. Por isso, após constatar a catapora, é importante afastar a criança de ambientes coletivos, procurar o médico, e começar a tratá-la imediatamente.
A vacina contra a catapora é a forma mais segura de prevenir a doença. A tetra viral – que também protege contra caxumba, rubéola e sarampo – é aplicada em crianças com 15 meses, após terem recebido a tríplice aos 12 meses. Caso a tríplice não tenha sido ministrada, basta procurar o posto de saúde mais próximo. Neste caso, a tetra viral é aplicada após 30 dias.