Em tempos modernos, uma prática milenar tem sido deixada de lado por muitas mulheres que dão à luz. A PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher) 2006, realizada a cada dez anos, mostra que o aleitamento materno no Brasil está muito distante dos padrões recomendados pelos organismos nacionais e internacionais. Por isso, é preciso lembrar que amamentar continua sendo um processo muito importante na criação do vínculo entre mãe e filho e insubstituível no crescimento sadio de toda criança.
Em comemoração ao Dia Mundial da Amamentação (1º de agosto), o médico neonatologista do Hospital Vitória, dr. João Balbino, reforçou fatores relevantes a respeito deste grande marco na vida de todo ser humano. “A criança que é amamentada recebe uma alimentação natural e completa, já que o leite materno possui quantidades adequadas de proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais, e ainda permite uma digestão fácil, com menos problemas intestinais como diarreia ou constipação”, afirmou.
Substituir o leite materno pelo de vaca, ou em pó, antes do primeiro ano de idade do bebê prejudica a formação de seu sistema imunológico, neurológico e metabólico, por não conter quantidade suficiente de ferro, zinco, vitaminas, ácidos linoléico (ômega 6), linolênico (ômega 3) e baixo teor de ácido graxo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que o aleitamento materno exclusivo (sem uso de complementos) deve ser feito até os seis meses de idade, desde que o crescimento e desenvolvimento do bebê estejam adequados. “Esta prática pode se estender até os dois anos e até ser prazeroso para mãe e filho. Lembrando à mãe de que é preciso verificar se isto não está interferindo na alimentação da criança ou prejudicando seu desenvolvimento”, pontuou Balbino.
Benefícios
Para as mães, dar o peito, além de ser mais conveniente e proporcionar um gasto calórico, reduz riscos de câncer de mama, ovário e útero e protege a mulher contra osteoporose. Estudo da Universidade de Pittsburgh, realizado com 139.681 mulheres, verificou também que o risco de se ter algum problema cardíaco caiu 10% naquelas que amamentaram seus filhos até mais de um ano de idade.
“A sucção do bebê é outro benefício, pois alivia a mãe do desconforto das mamas cheias e pesadas, além de promover a secreção de um hormônio responsável pela produção de leite e, também, pela inibição da ovulação”, acrescentou o neonatologista.
Poucas doenças maternas exigem que o aleitamento seja interrompido. Na impossibilidade temporária ou definitiva deste processo, o ideal é utilizar as fórmulas infantis que, ao contrário da composição do leite de vaca, contêm todos os micronutrientes necessários para suprir as necessidades dos bebês neste período da vida.