Conhecido como o camaleão das doenças, o Lúpus Eritematoso Sistêmico, ou apenas Lúpus, é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico do corpo ataca o próprio organismo do individuo afetado. A patologia recebe esse apelido por ter sintomas parecidos com uma série de outras doenças, o que dificulta na hora do diagnóstico.
Segundo o reumatologista Cristiano Campanholo, do Hospital São Luiz, existem dois tipos de lúpus, o cutâneo, que afeta a pele, por meio de manchas, principalmente nas partes de maior exposição ao sol, como rosto, braços e pernas; e o sistêmico, que ataca frequentemente as articulações, o sistema nervoso, os rins, o coração, entre outros órgãos.
Mesmo com o difícil diagnóstico da doença, hoje já existem exames eficazes para minimizar a descoberta tardia do lúpus. Exames laboratoriais, como o FAN (Fator Antinuclear), ajudam a identificar as manifestações silenciosas da patologia como alterações hematológicas e renais, além de exame que investiga os autoanticorpos.
Campanholo alertou sobre a importância de ficarmos atentos ao lúpus, para não acarretar outras complicações. “Lesões inflamatórias nas articulações, edema nas pernas, insuficiência renal e lesões avermelhadas na pele são alguns dos desdobramentos do lúpus, caso ele não seja tratado corretamente”, comenta o especialista.
Causas
O lúpus é causado por um ‘engano’ do sistema imunológico, que identifica órgãos do corpo como se fossem bactérias, vírus, câncer ou outros patógenos. Hoje, ainda não foi descoberta a causa, mas suspeita-se que o gatilho para ativação da doença seja exposição a raios ultravioletas, alergia a medicamentos, vírus ou fatores genéticos. Mulheres mais jovens estão mais predispostas a esse tipo de doença, pois o estrógeno, um hormônio relacionado ao controle da ovulação e o desenvolvimento de características femininas, possui um alto potencial para o desenvolvimento do lúpus. Além disso, a patologia pode acometer também crianças.
Tratamento
Apesar de não ter cura, a doença pode ser tratada. “Hoje existem novas opções de tratamento que podem garantir uma vida mais tranquila para o portador de lúpus, mas, os casos devem ser analisados separadamente. O tratamento feito por meio de medicação e acompanhamento regrado é o mundo ideal para o não agravamento do lúpus”, finalizou Campanholo.