Três mil livros de
literatura infanto-juvenil estão sendo distribuídos pela Pró Visão – Sociedade
Campineira de Atendimento ao Deficiente Visual, de Campinas, à cerca de 70
fundações e entidades de todo o Brasil. No Estado de São Paulo, instituições de
nove cidades serão contempladas, entre elas Campinas e Americana. As
publicações Brisa-Brilho e Mãe da Vida, da Coleção de Livros Edelweiss, são as
primeiras a atender tecnicamente também o público infanto-juvenil com
deficiência visual (cegas e com baixa visão).
A Pró Visão orientou a
edição das publicações e adequou os textos e as ilustrações para que as
histórias fossem lidas também pelas crianças com baixa visão com objetivo de
incluí-las no universo da literatura. O projeto teve apoio do Governo do Estado
por meio do ProAC (Programa de Ação Cultural) de São Paulo e da Mina Cultural.
A produção é de Track&Marketing e o patrocínio da Fundação Nestlé Brasil.
As ilustrações são assinadas pelo desenhista Paulo Branco. A distribuição dos
livros está sob a responsabilidade da Associação para Estudos e Projetos em Esportes,
Cultura e Meio Ambiente – Edelweiss.
Os livros Brisa-Brilho e
Mãe da Vida, das autoras de Valinhos Suzana Montauriol e Kathia Vieira,
respectivamente, foram distribuídos para todas as escolas públicas de Araras,
cidade em que a Nestlé mantém uma de suas fábricas. Em Campinas, serão
entregues à Secretaria de Educação e, em Americana, serão utilizados pelo CPC
(Centro de Prevenção à Cegueira).
Para adaptar as obras às
técnicas que permitirão a sua leitura pelas crianças com baixa visão, a
produtora cultural Silvia Track, co-autora dos livros, seguiu as orientações
sobre o tipo e tamanho das letras, contraste de cores e contornos bem
demarcados nas ilustrações. Com a proposta de também atender às crianças cegas,
metade dos exemplares foi transcrita e impressa em braille.
Baixa visão e
cegueira no Brasil
De acordo com o Censo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000, dos 24,5 milhões de
brasileiros com deficiência, 16,5 milhões (67%) são deficientes visuais (baixa
visão ou cegos). Destes, 32% (5,2 milhões) são crianças. Apenas no Estado de
São Paulo são 2,6 milhões de pessoas com deficiência na visão.
“Estas são as
primeiras obras literárias totalmente adequadas às crianças com baixa visão.
Para essas crianças, trata-se de uma questão de ler ou não. Mais do que
conhecimento, permitir o acesso das crianças com baixa visão à leitura é
proporcionar a elas a organização intelectual, fundamental para o seu
desenvolvimento”, explica Maria Cristina Von Zuben de Arruda Camargo,
presidente do Pró Visão, entidade que funciona há 29 anos em Campinas.
De acordo com ela, até
hoje, os poucos livros destinados às crianças com baixa visão erroneamente
trazem letras grandes, sem considerar que doenças como o glaucoma, por exemplo,
tornam a visão tubular e a ampliação das palavras apenas fará com que o texto
saia do campo ocular. “Este projeto é o primeiro adequado a elas”,
elogia.
Histórias
Em Brisa-Brilho, Kathia
Vieira usa o nascimento de uma brisa para mostrar o quanto devemos valorizar a
nós mesmos e os conhecimentos que adquirimos. Já Suzana Montauriol trata, em
Mãe da Vida, de temas sobre a diversidade cultural, ambiental e filosófica e
usa textos poéticos e lendas para falar de auto-estima, cidadania e percepção
do outro.
“Livros sobre temas
ambientais ajudam também as nossas crianças a ingressarem no universo da
preservação, já que a baixa visão as impede de ter acesso aos apelos visuais da
sustentabilidade, como matas, borboletas e araras. Elas ouvem as falas, mas não
podem ver as belezas das fotos e imagens na TV. Por meio das ilustrações
adequadas no livro – contornos bem demarcados -, elas passam a ter uma idéia
melhor da beleza da natureza”, exemplifica Cristina Von Zuben.
Coleção de Livros
Edelweiss
A proposta da Coleção de
Livros Edelweiss é acessar o universo infantil por meio da ludicidade,
despertando nas crianças o interesse pelo seu entorno, além de investir na
integridade pessoal e social dos grupos envolvidos e divulgar um conceito
ambiental que inclua a responsabilidade de cada um na participação efetiva de
uma vida melhor para todos.
A coleção foi batizada com
o nome da Associação para Estudos e Projetos em Esportes, Cultura e Meio
Ambiente – Edelweiss, responsável pela distribuição dos livros. O objetivo da
Edelweiss é promover atividades ligadas à cultura, à arte e, também, ao esporte
e meio ambiente.
Sobre a Fundação
Nestlé Brasil
A Fundação Nestlé Brasil é
responsável pelo gerenciamento do investimento social feito pela Nestlé no
Brasil. A sua estratégia de apoio está focada em projetos que tenham como
temáticas as questões relacionadas à Nutrição, Desenvolvimento Rural e a Água. Entre
as ações desenvolvidas pela Fundação Nestlé Brasil estão os programas:
“Nestlé Faz Bem Nutrir” – que leva educação alimentar para crianças e
jovens, de 5 a
14 anos, de comunidades de baixa renda em todo o país -, contribuindo para
combater a desnutrição e a obesidade, o “Nestlé Faz Bem Cuidar” uma
iniciativa ambiental que dissemina conceitos de preservação do meio ambiente
também para crianças e jovens e ainda o “Nestlé Faz Bem Saber” que
investe no desenvolvimento do homem do campo.