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O Dia da Consciência Negra, feriado municipal em diversas
cidades, como Valinhos, Campinas, Jundiaí e São Paulo, não é comemorado em
Vinhedo, na próxima quinta-feira, 20. Este feriado foi introduzido pela Lei 10.639,
de 9 de janeiro de 2003, e leis municipais instituíram o dia 20 de novembro no
calendário. Por outro lado, Vinhedo comemora outros dois feriados municipais
como o Dia da Padroeira Sant’Ana em 26 de julho e o aniversário da cidade, em 2
de abril.
Para Ricardo Barros,
mestre em Educação, graduado em História e Pedagogia pela Universidade de São
Paulo e professor de História do Colégio Paulista, a mesma lei também tornou
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, os
professores de todas as escolas do País devem inserir em seus programas aulas
sobre os seguintes temas: história da África e dos africanos, a luta dos negros
no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade e da
identidade nacional.
Segundo o professor, com a implementação dessa lei, o governo
brasileiro espera colaborar com o reconhecimento sobre a contribuição
do povo negro nas áreas social, econômica e política ao longo da história do
nosso País. A escolha dessa data não foi por acaso: em 20 de novembro de 1695,
Zumbi, principal liderança do Quilombo dos Palmares – a
maior comunidade formada por escravos fugitivos das fazendas no interior
de Alagoas – foi morto em uma emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco,
após liderar uma resistência que resultou no início da destruição de Palmares.
Portanto, comemorar o Dia da Consciência Negra nessa data é uma
forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura tão importante
para a história do Brasil e para o povo negro em especial. Não
somente a imagem do líder, mas também a sua importância na luta pela libertação
da escravidão e na melhoria das condições de vida para esse povo.
Em 1888, a Princesa Isabel assinou a lei Áurea, que tinha por
objetivo principal o fim da escravidão no Brasil. “Todavia, somos forçados a
perceber que ainda existem locais onde persiste o trabalho escravo no país, por
mais indignação que tal fato nos cause. Hoje, as estatísticas sociais sobre os
brasileiros ainda demonstram as desigualdades entre a população de brancos e a
de negros e pardos. Esses últimos geralmente recebem menores salários e sofrem
com os mais diversos problemas sociais no seu cotidiano. Por isso, essa data é
um momento importante de reflexão sobre o papel no decorrer da história e a
contribuição dos negros para nossa sociedade”, completou o professor.