Um estudo apresentado na última reunião do Plano Diretor, realizada na terça-feira, 23, projetou o município de Vinhedo com 168.351 pessoas caso todas as áreas livres para construção no município sejam ocupadas.
O levantamento foi feito pelo arquiteto vinhedense e delegado no Plano Diretor pela região do Vista Alegre, Silvio Tadeu Pina, a partir do cruzamento de dados oficiais, modelos matemáticos e softwares de arquitetura, mapeando o crescimento de Vinhedo permitido atualmente, ou seja, sem considerar a aprovação de novas áreas.
"A projeção da simulação é a de que Vinhedo tem ainda na atual legislação (Plano Diretor de 2005) a capacidade de crescer mais 83.126 pessoas, tudo isto dentro da atual mancha urbana. Significa que se existir tal demanda a cidade poderá crescer ainda até atingir 168.351 pessoas", detalhou o especialista.
A expectativa para este crescimento supera toda e qualquer projeção populacional do SEADE e IBGE até 2050 e demonstra que não existe a necessidade de ampliação da mancha urbana (expansão para áreas de predominância rural) para o crescimento da cidade, já que com a legislação atual, o número de habitantes mais que duplicaria, trazendo uma série de riscos para o município, sobretudo na questão hídrica e de mobilidade urbana.
Segundo o estudo, as Macro Zonas de preservação ambiental da cidade devem permanecer com o zoneamento atual, pois elas têm a importante função de recarga hídrica, além de preservar flora, fauna e manter o equilíbrio da paisagem. "É fundamental para a qualidade de vida na cidade o equilíbrio entre áreas urbanas e áreas verdes. A sociedade acordou para esta importante luta dos dias atuais. É uma questão local, mas também planetária", reforça Pina.
Os novos dados colocam em xeque as propostas de promover o espraiamento (expansão horizontal) da cidade para áreas como a região das represas, por exemplo. "Custa muito caro levar toda infraestrutura (asfalto, escolas, agua, esgoto, UBSs) para longe do centro expandido, onde já existem os serviços. Tal proposta só atende aos interesses do mercado imobiliário e os donos de grandes áreas da cidade", afirma o arquiteto.
Ainda de acordo com o especialista, deve se levar em conta que manter o zoneamento não traz prejuízos aos donos de terras, pois não altera o seu valor para menos, mantém o atual. "Também é importante dizer que em qualquer lugar da cidade pode se construir, empreender, a lei permite. Só temos densidades e usos diferentes", finaliza.
As reuniões do processo de revisão do Plano Diretor ocorrem semanalmente às terças-feiras, a partir das 19h, no salão do Grupo Bem Viver, ao lado do Centro Médico, no São Matheus. Nesta terça, 30, serão debatidas propostas elaboradas pelos grupos técnicos. Os encontros são abertos a todos os interessados.