A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) anunciou, na madrugada desta terça-feira (11), a suspensão de todos os voos da Voepass por questões de segurança operacional. A decisão ocorre após fiscalizações indicarem que a companhia não conseguiu solucionar irregularidades identificadas pela agência reguladora.
A fiscalização intensificada na Voepass teve início após um acidente aéreo ocorrido em Vinhedo (SP), em agosto do ano passado, que resultou na morte de 62 pessoas. Desde então, a ANAC monitorava as operações da empresa e, segundo o órgão, constatou que problemas considerados resolvidos voltaram a ocorrer. Entre as exigências não atendidas pela companhia estavam a redução da malha aérea e o aumento do tempo das aeronaves no solo para manutenção.
Passageiros afetados e impacto da suspensão
Com a decisão, todos os voos da Voepass foram cancelados, incluindo os 34 previstos para esta terça-feira, afetando diretamente 1.908 passageiros. A companhia, que opera com seis aeronaves, tem rotas comerciais ligando a capital paulista a diversas cidades do interior, como Ribeirão Preto e Presidente Prudente, além de atender localidades por meio de contratos de fretamento.
Diante da suspensão, a principal dúvida dos passageiros é sobre o que acontecerá com as passagens já adquiridas. A ANAC recomenda que os clientes busquem diretamente a Voepass para solicitar reembolsos ou remarcações. Além disso, a agência disponibilizou uma página online para esclarecer dúvidas e orientar os passageiros sobre os próximos passos.
Posicionamento da Voepass
Em nota, a Voepass, que reúne as operações da Passaredo Transportes Aéreos e da MAP Linhas Aéreas, afirmou que sua frota está “aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança”. A empresa também declarou que já iniciou tratativas internas para comprovar sua capacidade de atender às normas de segurança exigidas pela ANAC.
Acidente em Vinhedo e investigações
O acidente ocorrido em agosto de 2024, em Vinhedo, segue sob investigação. Um relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), divulgado no dia 6 de setembro, apontou que a tripulação relatou falha no sistema antigelo da aeronave antes da queda. No entanto, a caixa-preta não conseguiu confirmar se essa falha realmente ocorreu e impactou o desempenho do avião.
Além disso, denúncias de pilotos da Voepass indicam que a empresa submetia sua tripulação a jornadas exaustivas e condições precárias. Passageiros também relataram experiências negativas em voos da companhia nas redes sociais.
A Voepass agora terá que comprovar à ANAC que pode garantir a segurança de suas operações antes de retomar os voos. Enquanto isso, passageiros e funcionários aguardam novas definições sobre o futuro da empresa.