No verão, o uso de equipamentos de ar condicionado acaba aumentando por conta do calor. Contudo, o resultado pode não ser tão positivo quanto aparenta. As sensações momentâneas de frescor e resfriamento acobertam alguns problemas provindos desse aparato e que podem ser prejudiciais à saúde.
De acordo com o médico Frederico Leon Arrabal Fernandes, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, a atenção deve se voltar ao manuseio do equipamento: limpeza e manutenção adequados. Caso contrário, ele acumula poeira, mofo e até umidade, tornando o equipamento um meio de cultura para bactérias, que são jogadas no ambiente por meio da tubulação de ar e inaladas pelos ocupantes do local.
Como resposta, aparecem as reações alérgicas e inflamatórias das vias aéreas, repercutindo do nariz aos pulmões. Dor de cabeça e de garganta, nariz entupido, catarro e febre são alguns dos indícios de uma infecção viral.
“Essa inalação pode causar outros sintomas, como a rinite, ou leva o indivíduo a ter um quadro de broncoespasmo – que é uma crise de asma aguda –, além de também causar o que chamamos de síndrome do prédio doente – uma reação inflamatória parecida com virose ou gripe forte”, explica o médico pneumologista.
Além da manutenção regular, deve haver preocupação com a maneira como o aparelho é manuseado, pois quando utilizado de forma inadequada, ele resfria e resseca o meio ambiente mais do que o devido.
“O ressecamento e resfriamento do ambiente fazem com que as vias aéreas e toda a parte de condução do ar no pulmão também fiquem resfriadas, ressecadas e, com isso, o indivíduo pode ter crises de asma”, ressaltou Frederico.
“O ideal é que a temperatura do ambiente refrigerado com o ar-condicionado não seja inferior a 22°C.”
Crianças e idosos
É importante estar atento também às pessoas que receberão esse ar. Crianças, por terem suas vias aéreas ainda prematuras, são mais vulneráveis do que adultos. E com isto estão sujeitas mais facilmente a desenvolver doenças respiratórias. Quando o indivíduo já tem algum problema de saúde, a situação é ainda pior. Vale lembrar que cerca de 20% das crianças possuem asma, contra 7% dos adultos.