Quando as dores de cabeça e enxaquecas são frequentes, a chance delas interferirem na qualidade do sono aumenta. A pessoa pode ter dificuldade para dormir, acordar diversas vezes à noite e não alcançar os estágios mais profundos do sono. O resultado é um sono não reparador, que irá comprometer a capacidade de concentração e a memória, favorecendo novas crises de enxaqueca. As informações são da neurologista Thaís Villa, especialista em cefaleia.
“É um ciclo em que um problema vai agravando o outro e ambos vão comprometendo a saúde da pessoa”, alerta a neurologista. A insônia é uma das comorbidades mais frequentes da enxaqueca e das cefaleias, mas existem outros problemas que ela pode causar, como distúrbios alérgicos (rinite, asma e alergias da pele), tonturas e até distúrbios psiquiátricos (ansiedade, depressão, etc).
Combate às crises
O primeiro passo para combater a enxaqueca é identificar seus gatilhos. Embora alguns sejam mais frequentes, como estresse e jejum prolongado, eles podem variar muito de pessoa a pessoa, por isso a avaliação clínica precisa ser bem detalhada e individualizada. “A primeira consulta dura mais de uma hora e, muitas vezes, o retorno também requer tempo”, explica Thaís.
O objetivo é eliminar o máximo de gatilhos possível e, ao mesmo tempo, tornar o cérebro mais resistente. Existem medicamentos usados preventivamente, como neuromoduladores, betabloqueadores e até antidepressivos. “A doença é genética: não tem cura, mas tem controle”, afirma a neurologista.
Estima-se que 75% das pessoas que sofrem com enxaqueca sejam mulheres, ou seja, três mulheres para cada homem. A grande maioria dos casos acontece em idade produtiva, entre 18 e 55 anos.
As crises costumam estar associadas às variações hormonais, como a queda de progesterona durante o ciclo menstrual. Por isso, o tratamento pode requerer um trabalho multiprofissional, unindo neurologista e ginecologista.
Gatilhos
Os gatilhos da enxaqueca costumam variar, mas existem alguns que são frequentes. Veja a lista dos principais:
– Estresse
– Barulho
– Cheiro forte
– Claridade
– Atividade física praticada irregularmente
– Jejum prolongado
– Mudança de rotina de sono
– Álcool
– Mudanças hormonais da menstruação e da menopausa