Os casos de perda auditiva têm aumentado, inclusive entre os jovens habituados a ouvir música com fones de ouvido.
Em certos bairros, onde o nível máximo de ruído permitido é de 55 decibéis em período diurno e de 50 decibéis em período noturno, medições mostram alarmantes 90 decibéis.
Nessa intensidade, após quatro horas diárias de exposição ao ruído, o indivíduo poderá terá sua acuidade auditiva afetada. Quem mora em grandes cidades percebe o quanto incomoda o barulho do trânsito, de uma buzina. O pior é que, dentro de casa, o som alto, muitas vezes, é prática corriqueira, que também pode afetar a capacidade de ouvir, ao longo do tempo.
O nível de barulho em nossa casa tem grande impacto. É o volume alto da TV, o aparelho de som, o rádio ligado na cozinha, o liquidificador, o aspirador de pó, o secador de cabelos; e o pior é que se forem ligados ao mesmo tempo, o barulho é maior ainda. É preciso respeitar os limites de decibéis recomendados por especialistas, não só em respeito aos vizinhos, mas em beneficio à própria saúde. A exposição contínua a ruídos superiores a 50 decibéis pode causar perda progressiva da audição. Os primeiros sintomas em geral são um zumbido nos ouvidos.
“Infelizmente é comum que a pessoa só procure tratamento quando o caso já está mais grave. Qualquer dano à audição vai se somando ao longo do tempo e os efeitos podem não ser logo sentidos. A exposição frequente ao barulho pode levar, com o tempo, à perda permanente e irreversível da audição”, lembra a fonoaudióloga Marcella Vidal.
Para se ter uma ideia, uma conversa normal entre duas pessoas varia entre 45 e 55 decibéis. Já o barulho causado por uma furadeira chega a 81 decibéis e por uma britadeira, a 100 decibéis. Se nas ruas não podemos evitar o barulho, que se evitem os excessos em casa, a começar pelo tom de voz adotado e pelo volume da TV.
A fonoaudióloga relata que, além da exposição contínua ao ruído, outros fatores podem levar à perda auditiva: doenças congênitas ou adquiridas, traumas, uso de medicamentos ototóxicos e idade avançada (presbiacusia).
Se já há suspeitas de problemas para ouvir, o melhor é procurar um médico otorrinolaringologista. É ele quem vai examinar, diagnosticar a causa da perda auditiva e indicar o tratamento mais adequado. Muitas vezes o uso do aparelho auditivo é o tratamento a ser indicado e é essencial para que o indivíduo resgate sua autoestima.
Sequência
Depois do diagnóstico do médico, cabe aos fonoaudiólogos definirem qual tipo e modelo de aparelho auditivo é o mais indicado. “O aparelho será então programado e ajustado para tornar os sons audíveis para o paciente. Atualmente, há uma diversidade de modelos de aparelhos auditivos, com design moderno, alguns até mesmo invisíveis no ouvido (intraauriculares), adequados para diferentes graus de perda auditiva e que não ofendem a vaidade de quem usa”, conclui Marcella Vidal.