Um exame simples que deveria estar incluso na rotina de exames anuais é a Audiometria, que avalia a saúde auditiva das pessoas e ajuda a detectar e combater precocemente a surdez. Pelo menos 800 milhões de pessoas no mundo são afetadas por esse problema, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Porém, ainda são poucos que têm o hábito de ir ao médico fazer uma avaliação periódica.
De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2000, eram aproximadamente 6 milhões de pessoas que tinham deficiência auditiva. Atualmente, esse número saltou para quase 10 milhões.
“Em nossas vidas, a audição é o primeiro sentido sensorial a se desenvolver – normalmente a partir da 20ª semana de gestação o bebê já pode perceber os sons – e quase sempre é o último a desaparecer”, afirmou a fonoaudióloga Talita Donini.
“Para se ter ideia da importância da audição, até dormindo os nossos ouvidos continuam trabalhando”, disse ela. Com a evolução da tecnologia, o estilo de vida da população mudou bastante e pode colocar a saúde auditiva em risco. “Por estarmos cada vez mais conectados, muitas vezes não percebemos o quanto a audição fica exposta a níveis sonoros intensos, o que pode ser bastante nocivo”, acrescentou.
Segundo ela, cuidar dos ouvidos é tão importante quanto qualquer exame de rotina. Quanto mais cedo for detectado algum distúrbio, menor o prejuízo à audição. “É que o cérebro passa menos tempo sem receber determinado estímulo. Caso o problema demore a ser diagnosticado, além do uso de aparelho auditivo, é preciso fazer terapia com fonoaudiólogo para reaprender a escutar”. A boa notícia é que a perda auditiva é uma deficiência que pode ser prevenida, mas, coincidentemente, é uma das alterações com maior ocorrência entre a população. “A falta de informação é um dos principais motivos”, afirmou.
Dicas para cuidar da saúde auditiva:
– Exija que o “teste da orelhinha” seja aplicado em seu bebê recém-nascido. Além do “teste do pezinho”, a criança também deve passar pela Triagem Auditiva Neonatal (TAN), também conhecida como “teste da orelhinha”, preferencialmente antes da alta hospitalar, para saber se o bebê possui algum comprometimento auditivo.
– Faça a audiometria, exame auditivo realizado por um fonoaudiólogo, sob indicação de um otorrinolaringologista. O ideal é que todos façam uma avaliação audiológica por ano, para determinar se existe perda auditiva em um ou ambos os ouvidos em frequências essenciais para o desenvolvimento normal da linguagem e da fala.