Exclusivo: Jaime diz que não vai cortar o transporte universitário

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Em entrevista exclusiva ao Jornal de Vinhedo nesta quinta-feira, 19, realizada por e-mail, o prefeito Jaime Cruz (PSDB) comentou sobre a polêmica envolvendo a questão do transporte universitário em Vinhedo e as ações que, segundo ele, estão em andamento para não prejudicar os estudantes vinhedenses que fazem seus cursos de graduação e técnicos fora do município. No entanto, o prefeito também adiantou que quer fazer um trabalho que seja, de acordo com o chefe do executivo, financeiramente viável, devido a crise financeira que o município enfrenta.

Jaime ainda salientou que o tema foi discutido na terça-feira, 17, em reunião com todos os vereadores e com secretários municipais e disse ainda que, em nenhum momento, afirmou que cortaria o subsídio do transporte para os estudantes.

Jornal de Vinhedo: Prefeito, como está a questão do contrato para o transporte dos alunos vinhedenses que fazem cursos técnico e universitário em outras cidades?

Jaime Cruz: Esse contrato é antigo. Já tinha cinco anos de vigência e depois foi renovado de forma emergencial por mais 12 meses e terminou no final do ano passado. Não tinha como renovar novamente. Estamos analisando com o Jurídico a possibilidade de fazer um contrato de outra forma, observando, claro, as legislações vigentes.

JV: O senhor já decidiu cortar o transporte dos estudantes. Isso é verdade?

JC: Primeiro que eu não disse isso a ninguém, e a nenhum tipo de mídia. E não poderia ter dito por que não temos ainda uma solução sobre o que será feito. Fato é que precisamos pensar em um novo modelo para ser colocado em prática. E nós estamos tendo a coragem de discutir esse assunto, que é bastante delicado.

JV: Por que o senhor não foi à Câmara na terça-feira ou não enviou nenhum secretário para conversar com os estudantes?

JC: Antes de responder, vou reforçar o respeito que eu tenho pelos estudantes vinhedenses. Mas aquela reunião não foi agendada por mim, mas sim por vereadores, vereadores estes que minutos antes haviam participado de uma reunião no meu gabinete, quando eu havia colocado o que estamos fazendo. Mas o diálogo está aberto e vamos conversar de forma limpa e transparente com eles, através da comissão que, organizadamente, eles formaram.

JV: Por que a Prefeitura está fazendo o recadastramento dos estudantes diferente do modelo adotado em anos anteriores?

JC: Esse recadastramento é para que possamos ter um cenário completo de quem são os estudantes que realmente precisam e usam o transporte universitário e as condições desses estudantes. A possibilidade de adotar um modelo com reembolso pelo valor gasto pela passagem ou com passe está entre as propostas discutidas, mas, repito, não há uma decisão, tanto que, em paralelo ao recadastramento, que começou hoje, estou tratando de outras formas de resolver o impasse com meus secretários.

JV: A Prefeitura tem dinheiro para pagar o transporte universitário?

JC: Conforme o secretário da Fazenda, José Luis Bernegossi, esclareceu aos vereadores, a situação é a seguinte. Em 2016, a dotação inicial para transporte universitário era de R$ 2,5 milhões, porém, na prática, os gastos somaram R$ 4,1 milhões. Desse total, R$ 1,5 milhão não chegou a ser pago por falta de recursos. Para este ano, a dotação para esta finalidade é de R$ 2,6 milhões, mas com os restos a pagar, resta apenas R$ 1 milhão, dinheiro que, na prática, não dá para atender toda a demanda.

JV: Por que a situação financeira da Prefeitura chegou a essa situação?

JC: Na verdade, a pergunta seria, ‘por que a situação financeira do Brasil chegou a essa situação?’. De 2014 pra cá, considerando a inflação do período, deixamos de arrecadar mais de R$ 162 milhões, sendo R$ 66,5 milhões só em 2016. Dessa forma não há planejamento que resista. Os custos sobem ano a ano, mas a arrecadação caiu, e por isso a situação se complicou.

JV: A Prefeitura não poderia fazer outros cortes e deixar o transporte dos estudantes como está?

JC: Deixa eu reforçar novamente que ainda não sabemos como ficará o transporte dos estudantes. Com relação a cortes, estamos fazendo cortes e não é de hoje. Começamos com medidas de austeridade em 2015 e reforçamos em 2016. Entre as medidas que já tomamos está a devolução de prédios alugados que vão nos trazer uma economia de mais de R$ 500 mil por ano. Agora, determinamos também o parcelamento de restos a pagar de 2016 com fornecedores. E novas medidas terão de ser tomadas neste ano. Não vai ser fácil, mas precisamos fazer cortes para garantir a Saúde, a Educação Básica e paga o salário dos nossos servidores em dia.

JV: Deixe uma palavra aos estudantes que estão angustiados com essa situação.

JC: Nesta sexta-feira vou conversar com essa comissão de estudantes. O Ministério Público estará presente. Espero que possamos ter uma conversa de alto nível para que possamos construir um diálogo. Eu estou sendo transparente e com certeza vamos encontrar uma solução.

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