Temperaturas mais baixas e tempo seco, características típicas do inverno, agem sobre a nossa pele, deixando-a mais sensível e ressecada, especialmente em áreas como rosto, mãos e pernas.
Segundo a médica dermatologista Christiana Blattner, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, reforçar a hidratação é uma medida simples, que ajuda bastante. “Existe uma variedade enorme de hidratantes no mercado, mas o importante é que tenham uma alta capacidade de retenção de água”. Nesse sentido, aqueles hidratantes mais ‘pesados’, tipo pomadas, seriam os melhores, mas, de acordo com a especialista, não é todo mundo que se adapta a este tipo de produto, mais difícil de espalhar pelo corpo. “Algumas pessoas acham que a pele fica melada”, explicou a médica.
De acordo com ela, ureia e ácido lático são princípios ativos comuns em alguns hidratantes, mas podem arder em contato com peles sensíveis, como de crianças pequenas e idosos. “Nestes casos, recomenda-se evitar estas substâncias”, disse Christiana.
O uso do hidratante deve ser diário, bem como do protetor solar. “Faça chuva ou faça sol, o protetor solar deve ser aplicado diariamente, como medida de proteção contra o envelhecimento e o câncer de pele”, orientou a médica.
Outra recomendação da especialista é evitar banhos muito quentes e prolongados. “A água quente retira a gordura da pele e contribui para deixá-la ainda mais sensível. Até o sabonete deve ser usado de maneira breve”. Para os lábios, protetor labial específico evita o ressecamento.
Os cabelos também sofrem com o inverno, pois o organismo produz mais óleo para suprir o ressecamento da pele e do couro cabeludo. O resultado: raízes oleosas e pontas ressecadas. “Cabelos oleosos tendem a cair mais, pois o óleo banha o folículo do couro cabeludo e atrapalha o crescimento dos fios”, explicou a dermatologista. Diminuir o número de lavagens do cabelo, hábito adotado por muita gente no inverno, pode agravar o problema. “Com a lavagem conseguimos eliminar esse excesso de oleosidade, mantendo os fios mais saudáveis, desde que sejam mantidos os cuidados de evitar água muito quente e banho muito demorado”, orientou a profissional.
Doenças de Inverno
Em casos mais graves, o ressecamento severo da pele pode gerar sintomas como coceira forte, vermelhidão e até surgimento de feridas. Estes quadros são bastante comuns no inverno, o que faz aumentar o movimento nos consultórios de dermatologia. “Dermatite seborreica e o eczema da dona de casa são alguns dos problemas mais comuns apresentados pelos pacientes no inverno”, comentou a médica Christiana Blattner.
A dermatite se caracteriza pela coceira, descamação e vermelhidão. É comum no couro cabeludo, sobrancelhas, barba, peito, costas e dobras da pele de pessoas com peles ressecadas. Já o eczema da dona de casa surge devido ao uso de produtos de limpeza em pessoas com peles sensíveis. “No inverno, as pessoas usam muito água quente, que retira a gordura da pele deixando-a mais sensível à ação de produtos como o detergente. Em peles muito sensíveis, a ação desses componentes pode gerar vermelhidão, ressecamento severo e coceira, principalmente na palma das mãos e nas pontas dos dedos. A solução preventiva é acostumar-se ao uso de luvas enquanto se manuseia produtos como detergente, sabão em pó e outros produtos de limpeza”, explicou a médica.