Pelo menos 80% dos brasileiros apresentarão, em algum momento de suas vidas, um quadro de dor lombar, é o que afirma a professora Vera Lucia dos Santos Alves, coordenadora do curso de pós-graduação em Fisioterapia nas Afecções da Coluna Vertebral da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Porém, de acordo com a especialista, apenas 15% das lombalgias (dor na parte baixa da coluna) e lombociatalgias (dor que se inicia na região da coluna e desce posteriormente pelas pernas) possuem uma causa específica.
“Inúmeras circunstâncias contribuem para o desencadeamento e cronificação das dores lombares, como: aspectos psicossociais, insatisfação profissional, obesidade, tabagismo, grau de escolaridade, realização de trabalhos pesados, sedentarismo, síndromes depressivas, fatores genéticos, hábitos posturais e até alterações climáticas”, afirmou a fisioterapeuta.
Segundo ela, a dor nas costas associada a dores nas pernas pode ser sinal de hérnia de disco que, em casos mais graves, resulta em perdas significativas na força e sensibilidade do membro afetado.
Caso a dor lombar não seja proveniente de uma grave complicação, a recuperação é rápida, mesmo em casos de hérnia de disco. A especialista explica que manter-se ativo é uma das melhores ações para o tratamento.
“Estudos têm demonstrado que pessoas com dores lombares recuperam-se mais rapidamente quando permanecem ativas. Por orientação médica, as atividades fisioterápicas, acupuntura e medicações analgésicas são indicadas”, diz a professora
Para prevenir o problema, a Dra. Vera recomenda realizar atividades físicas regularmente, pois melhoram o condicionamento cardiovascular e fortalecem os músculos do quadril e tronco.
“Os músculos abdominais são importantes no apoio à região lombar. Pesquisas apontam que o abdômen tem a capacidade de se contrair antes que qualquer outro músculo do corpo se contraia durante a execução de movimentos, como abrir o braço e levantar a perna. Isso é resultado da necessidade corporal em manter a coluna estável com suas vértebras devidamente encaixadas”, explicou.
A especialista ressaltou também que é importante evitar atividades que envolvam flexão ou torção repetitiva e de alto impacto, pois aumentam o estresse sobre a coluna. “Ao determinar o tratamento fisioterápico, diversos fatores devem ser considerados visto que são várias as causas responsáveis pelo surgimento da dor e, para cada caso, há um tipo de conduta a ser adotada”, finalizou.