De acordo com pesquisas recentes, cerca de 30% dos brasileiros possui Halitose crônica. Esse é o nome científico para a doença do mau hálito, um processo decorrente da ação de mais de 800 espécies de bactérias em nossa boca. Este índice chega a atingir mais de 70% dos pacientes na terceira idade.
De acordo com Arany Tunes, professor do Curso de Halitose da Faculdade São Leopoldo Mandic, estatisticamente as causas estão distribuídas da seguinte forma:
– 90% das halitoses têm origem bucal (tratado por dentistas);
– 8% dos casos de mau hálito ocorrem por disfunções nas vias respiratórias (tratado por Otorrinolaringologista);
– 1% no sistema digestivo (intestino, estômago etc), ou seja, menos de 1% tem origem estomacal,
– 1% originado por doenças sistêmicas (diabetes, por exemplo).
“Infelizmente, a maioria da população ainda acha que o mau hálito vem do estômago, mas somente 1% das causas tem origem estomacal”, salienta Tunes.
O especialista observa que a maioria dos pacientes que o procura para tratar mau hálito já consultou antes um Gastroenterologista e um Otorrinolaringologista em busca de solução para o problema.
A Halitose, além de alterar o cheiro da boca das pessoas e dar uma sensação de secura e amargura bucal, pode gerar mais de dez alterações de conduta. Quem tem o distúrbio evita falar muito próximo a outras pessoas, passa a consumir muitas balas e chicletes durante o dia, evita aglomerações, encontros ou reuniões, entre outros comportamentos.
Tunes diz que os norte-americanos gastam fortunas com produtos para mascarar o hálito. Pesquisas atestam que moradores dos Estados Unidos gastam U$700 milhões em enxaguantes bucais e U$625 milhões com pastilhas de menta.
Atualmente existe tratamento capaz de eliminar o mau hálito de forma eficaz e definitiva. A Faculdade São Leopoldo Mandic, que oferece curso de Capacitação em Halitose, possui um equipamento que mede o hálito do paciente: o Breath Checker. Com o aparelho, é possível diagnosticar e quantificar o mau hálito, o que facilita o tratamento e suas causas. Prevenir nem sempre é fácil, mas fazer um check-up no dentista a cada seis meses ajuda.
O aparelho é passível de medir compostos sulfurados voláteis. Para realizar a medição é preciso estar em jejum de duas horas e estar este mesmo período sem escovar os dentes para que o cheiro da pasta não interfira no exame.