A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira, a 3ª fase da Operação Carne Fraca, denominada Operação Trapaça, que tem como alvo das investigações, fraudes nos resultados de análises laboratoriais credenciados no Ministério da Agricultura, descoberto na empresa BRF – detentora das marcas Sadia, Perdigão e outras do setor de carne e processados.
Uma das ações ocorreu em Vinhedo, com um mandado de busca e apreensão e o outro de medida de prisão coercitiva para conduzir uma pessoa para a sede de Curitiba. O órgão não deu mais detalhes sobre a ação na cidade.
Desde as 6h são cumpridos 91 mandados decretados pela Justiça Federal, do Paraná. Batizada de Operação Trapaça, 11 pessoas estão com ordem de prisão temporária e 27 de condução coercitiva. Os policiais cumprem ainda 53 mandados de busca e apreensão em unidades da empresa.
O ex-diretor-presidente da BRF, Pedro De Andrade Faria, foi preso temporariamente nesta manhã, em São Paulo. Ele deixou o cargo em novembro do ano passado.
De acordo com a PF, duzentos e setenta policiais federais e 21 auditores fiscais federais agropecuários cumprem mandados no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo.
“As investigações demonstraram que cinco laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e setores de análises de determinado grupo empresarial fraudavam resultados de exames em amostras de seu processo industrial, informando ao Serviço de Inspeção Federal dados fictícios em laudos e planilhas técnicos”, diz a nota divulgada pela PF.
O Ministério da Agricultura também emitiu uma nota sobre a operação. De acordo o órgão, a fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal já havia identificado irregularidades nos “procedimentos para respaldo à certificação sanitária implementada em algumas unidades frigoríficas, o que resultou em exclusão desses estabelecimentos para exportação aos 12 países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella spp”.
A nota informa ainda que, a partir de agora estão suspensos o credenciamento dos laboratórios alvo da operação, "até finalização dos procedimentos de investigação, que poderão resultar no cancelamento definitivo do credenciamento; suspensão dos estabelecimentos envolvidos para exportar a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação de Salmonella spp.; e a implementação de medidas complementares de fiscalização, com aumento de frequência de amostragem para as empresas envolvidas, até o final do processo de investigação”.
O nome da operação – Trapaça – é uma referência ao sistema de fraudes operadas por um “grupo empresarial do ramo alimentício e por laboratórios de análises de alimentos a ele vinculados”.