Chegada a hora de ser mãe, a primeira principal decisão que a gestante toma em relação ao seu filho é o tipo de parto. No Brasil, o parto transformou-se em sinônimo de cirurgia, a conhecida cesárea. Mas o recomendado pelo Ministério da Saúde é o parto normal. Normalmente, a mulher associa o parto normal com a dor. Mas existe outro lado deste tipo de parto que somente as mulheres com visão mais ampla têm o prazer de vivenciar: o vínculo entre a mãe e o bebê.
O Ministério da Saúde determina que os estabelecimentos que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) devem ter apenas 30% dos partos operatórios. Relatório global do UNICEF (Situação Mundial da Infância 2011) mostrou que a taxa de cesárea no Brasil é a maior do mundo, de 44% (de 2005 a 2009). O Amparo Maternal, maternidade filantrópica localizada em São Paulo, foge das estatísticas nacionais, uma vez que cerca de 80% dos partos realizados na instituição são normais.
A supervisora de enfermagem do Amparo Maternal, Camila Bellão, defende que o parto normal é uma forma da mulher ser a protagonista do próprio parto. Mais do que um momento mágico, a especialista em obstetrícia acredita que este tipo de parto é um processo natural do organismo da mulher e possui menor risco de infecção, hemorragias, além de trazer benefícios para a mãe e bebê. “O parto normal, na maioria das vezes, ocorre quando o bebê já está preparado para nascer, ou seja, já possui maturidade pulmonar adequada. Mais do que isso, o processo normal aumenta o vínculo entre mãe e bebê, que é aumentado ainda mais após o nascimento”, afirmou a supervisora.
De acordo com Camila, ainda existem muitos medos e mitos em relação ao parto normal que favorecem o aumento do número de cesáreas, principalmente no que tange a dor. “Mas existem métodos não farmacológicos para o alívio da dor, por exemplo, banho terapêutico, massagens, entre outros”, contrapõe. Entretanto, a enfermeira avalia que a melhor forma da gestante se preparar para o parto normal é se informar sobre o assunto. “Uma forma interessante e adequada é através da realização de um curso de gestantes, onde são abordados todos os temas sensíveis. No Amparo Maternal, são oferecidos cursos gratuitos mensais”, reforça.
Um dos principais medos das gestantes que chegam ao Amparo Maternal é se o parto normal alarga o canal vaginal e a recuperação do corte de períneo. “A episiotomia, conhecida como corte no períneo, é feita na minoria dos casos, quando se faz necessário para a passagem do bebê. Sua recuperação é rápida e não impede as atividades e rotinas diárias. Assim como o corpo da mulher se adapta à gestação, o canal vaginal também se prepara para o momento do parto com sua elasticidade e retorna à sua anatomia após este processo”, esclarece.