Por não ouvir bem, a pessoa idosa muitas vezes não consegue conversar e compartilhar idéias e pensamentos. Assim, pode acabar se isolando do convívio social e familiar, tornando-se deprimida e perdendo o interesse por atividades que sempre realizou ao longo da vida, simplesmente porque não consegue entender o que os outros estão dizendo. A deficiência auditiva pode então trazer um sentimento de baixa autoestima.
Muitas vezes, o idoso finge estar escutando quando, na verdade, não está. É comum, por isso, seus familiares o descreverem como distraído, confuso ou até zangado e irritadiço. Mas a falha na audição pode ser corrigida se for tratada corretamente. A indicação dos aparelhos auditivos é um procedimento médico.
“O uso diário do aparelho e o apoio da família são essenciais para que o indivíduo resgate sua qualidade de vida, mas somente o profissional especializado poderá fazer a indicação do melhor aparelho”, lembrou a fonoaudióloga Isabela Gomes.
De acordo com a especialista, quando as vias auditivas não são estimuladas acabam perdendo a capacidade de processar os sons, fato que contribui para dificuldades de atenção e memória. A dificuldade em ouvir e entender exige maior esforço para a comunicação.
“Quando a perda auditiva é de longa data, mesmo que o som volte com o aparelho auditivo, o paciente tem dificuldades de compreensão. Em alguns casos, há necessidade de treinamento para que o paciente possa reaprender a ouvir”, explicou.
Fatores como idade, intensidade e tempo da perda auditiva, além da saúde geral, influenciam a adaptação ao aparelho. Mas em curto período de uso o paciente já sente que o aparelho auditivo faz parte do seu cotidiano.
Muitos resistem em usar próteses de audição, mas o preconceito está associado à falta de informação sobre os avanços tecnológicos na área. Atualmente, os aparelhos auditivos são minúsculos; alguns ficam até mesmo completamente invisíveis, dentro do canal auditivo, não interferindo na aparência do indivíduo.