Alguns problemas na infância, como baixo rendimento escolar, a troca de sílabas durante a pronúncia das palavras e a aparente timidez nem sempre querem dizer que a criança não quer estudar. Segundo dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 milhões de crianças vivem com alguma perda auditiva incapacitante.
Ainda na infância, alguns sinais podem surgir, porém, são ignorados por alguns pais e professores devido a falta de informação. Ao observarem o comportamento e a falta de respostas dos pequenos, os cuidadores contribuem para um diagnóstico mais rápido, evitando assim o comprometimento do aprendizado intelectual e cognitivo.
A OMS afirma que 60% das perdas auditivas em crianças são prevenidas. Dentre os principais problemas, 40% são fatores genéticos, 31% surgem por infecções (rubeóla, meningite, sarampo, otites, caxumba) e 17% são causas relacionadas ao parto (prematuridade, baixo peso ou complicações durante o nascimento).
Em pesquisa recente, realizada pela MED-EL, empresa austríaca referência no mercado de soluções auditivas, em cinco capitais identificou-se que 12% dos entrevistados acredita que as otites sejam responsáveis pela perda auditiva, 11% acham que podem ser problemas hereditários e 6% atribuem às infecções.
Para o otorrinolaringologista Fayez Bahmad Jr, a observação deve ser constante e, ao primeiro sinal, é preciso buscar auxílio médico. “Desde recém-nascido até a fase escolar, recomendamos que os pais vejam como seus filhos respondem aos estímulos durante as conversas, brincadeiras e interações, porque o retorno indicará se existe ou não alguma anormalidade. Em relação aos professores, é importante que fiquem atentos quando o aluno demonstra uma distração recorrente, não responde, aparenta tristeza e fica muito sozinho. Algumas vezes, o isolamento social passa a ser encarado como timidez e as baixas notas como desinteresse, e na verdade, é um sinal que o aluno não está ouvindo bem e por isso assimilando as informações”, orientou.
A pesquisa MED-EL mostrou ainda que 48% dos participantes saberia reconhecer os sintomas em crianças devido à falta de contato visual, o isolamento, o volume alto da TV/outros dispositivos e dificuldades de aprendizagem. Identificou-se que quando o adulto possui conhecimento sobre a perda auditiva, ele observa mais o comportamento da criança.
No caso de crianças maiores, um vilão da perda auditiva tem sido o uso demasiado de fones de ouvido em alto volume, recorrente devido aos tablets e smartphones. O especialista alerta ainda que o grau de perda auditiva pode ser desde leve a profundo e quanto maior a gravidade, maior será o impacto.
Graus
-Leve: dificuldade para ouvir e entender quando se fala baixo ou a uma certa distância;
-Moderado: não consegue ouvir a fala normal e a curta distância;
-Intenso: ouve somente conversas mais fortes e sons mais intensos no ambiente;
-Profundo: percebe os sons fortes como se fossem apenas vibrações.