Desde 2008, a dengue se tornou uma epidemia. Só nos últimos cinco anos, mais de cinco milhões de casos prováveis foram registrados. A descoberta de outro subtipo de doença, classificado como DEN-4, trouxe de volta a preocupação de um novo surto.
A dengue é uma doença infecciosa, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti contaminado, que pode causar uma diminuição na quantidade de plaquetas, induzindo sangramento, e de leucócitos, glóbulos brancos que integram o sistema imunológico. “Atualmente, há quatro subtipos, no Brasil: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A dengue hemorrágica é a evolução de um caso clássico da doença por falta de diagnóstico e acompanhamento médico ou por automedicação”, esclarece o infectologista José Ribamar Branco.
“Uma pessoa que foi contaminada pelo DEN-1, por exemplo, que é o tipo mais comum da doença, não vai desenvolver novamente esse sorotipo, mas pode vir a contrair os outros três. Para quem nunca teve dengue, há quatro possibilidades. A chance de surto do DEN-4 existe porque só no primeiro semestre de 2013, quase 60% dos casos de dengue diagnosticados eram do novo subtipo”, explica.
Segundo o especialista, os primeiros sintomas da doença aparecem cerca de cinco dias depois da picada do mosquito. “Os mais comuns são febre alta, dor nos ossos e articulações, cansaço e moleza, dor de cabeça atrás dos olhos, tonturas, náuseas e vômitos, perda de apetite e de paladar. Após esse período, manchas vermelhas aparecem no corpo do paciente infectado”, detalha.
O diagnóstico da dengue é feito por uma conversa entre o médico e o paciente (anamnese), no consultório, porque o vírus só apresenta resultado positivo no exame de sangue após sete dias do início dos sintomas. “Porém, não é possível diagnosticar a dengue apenas com base nos sintomas, pois eles são os mesmos de qualquer doença infecciosa. É preciso também avaliar se há um surto próximo ao local de convivência do paciente”, revela.
A dengue não é considerada uma doença de risco, quando acomete uma pessoa saudável e tem o devido acompanhamento médico, mas exige cuidados em pacientes com doenças crônicas, idosos e crianças. “Não existe um tratamento específico para a doença. São receitados medicamentos sintomáticos para combater a febre e a dor e é feito o acompanhamento da quantidade de plaquetas e leucócitos. Apenas um médico poderá indicar o medicamento adequado. A automedicação pode levar o paciente ao óbito”, alerta.
De acordo com o infectologista, a melhor forma de prevenção da doença é o combate ao mosquito transmissor. “É preciso ficar atento e eliminar os depósitos de água parada para evitar a proliferação do Aedes aegypti. Para ajudar a população a localizar e exterminar os focos da doença, o governo conta com o trabalho de agentes de combate à dengue”, reforça.