Realidade no dia a dia do século XXI, o uso constante de dispositivos móveis como smartphones e tablets pode trazer diversos prejuízos à saúde. Segundo pesquisa realizada pela Deloitte Brasil em 2015, os jovens brasileiros de 18 a 24 anos olham seus smartphones 101 vezes diariamente. A média é o dobro do registrado entre os usuários que têm entre 45 e 55 anos de idade. Essa exposição tem trazido pacientes cada vez mais jovens aos consultórios de fisioterapia.
A medicina, inclusive, já cunhou novos termos para os desvios causados pela superexposição aos aparelhos: “texting tendinitis”, para inflamações nos tendões dos dedos, em especial dos polegares e o “text neck”, utilizado para a postura que, dependendo do grau de inclinação do pescoço, pode causar uma sobrecarga de até 27 kg a mais na coluna cervical.
Segundo André Nogueira Ferraz, fisioterapeuta especializado em ortopedia, traumatologia e esportes e sócio fundador da Club Físio, “a flexão para frente da cervical diminui o espaço entre as vértebras, aumentando a pressão nos discos intervertebrais causando dores musculares, desconfortos na região do pescoço e, em quadros mais severos, protusões e hérnias discais”, alerta.
Ele reconhece a importância da tecnologia, mas recomenda diminuir o tempo online e prestar atenção na postura durante o uso. “O trabalho de estabilização da coluna se faz necessário e é indispensável para tratar e prevenir problemas futuros”, reforça.
Sobre os membros superiores, ele lembra das lesões por esforço repetitivo que ficaram famosas pelas longas horas de escritório: “podemos até dizer que as antigas e famosas LER/DORT, decorrentes dos esforços repetitivos agora são por excesso no uso de celulares”, finaliza.