Pesquisa aponta que pequenas indústrias têm vida mais longa que outros setores

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As micro e pequenas indústrias (MPIs) do Estado de São Paulo são mais maduras do que empresas do mesmo porte dos setores de comércio e serviços e têm, em média, mais empregados e vida mais longa. Estas são as conclusões da nova pesquisa do Sebrae-SP ‘A Micro e Pequena Indústria Paulista’.

Segundo o levantamento, que ouviu 1.258 empresários da indústria e outros 1.349 dos setores de serviço e comércio, as MPIs paulistas estão mais amadurecidas para enfrentar dificuldades. Isso se explica por serem mais desenvolvidas em aspectos como gestão, produtividade e nível de investimentos. As indústrias também são mais experientes, com 12 anos de vida, em média, ante nove anos das dos outros dois setores. Melhoria no planejamento, adaptação à legislação e autonomia para resolver problemas relacionados a produtos são fatores que contribuem para o resultado.

São Paulo é o Estado com maior número de MPIs no país: são 575.316 empresas, ou 26% dos pequenos negócios industriais brasileiros. A indústria responde por 13,8% dos estabelecimentos, 30,1% dos empregos e 32,6% da folha de salários das microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) paulistas.

As MPIs têm em média 5,3 empregados por empresa, ante 2,4 na média de todos os setores. Nos serviços, esse número é de 1,8 e no comércio, 2,1.

De acordo com o estudo, que avaliou diversos fatores como faturamento, número de empregados, correspondência aos objetivos, entre outros, 53% das pequenas indústrias têm alto nível de desenvolvimento; no varejo o índice é de apenas 11%.

A pesquisa do Sebrae-SP revelou ainda que a família assume importante papel na MPI do Estado de São Paulo. A maioria, ou 64%, conta com a contratação de parentes, além de 7% dos negócios serem herdados, enquanto que nos outros setores apenas 4% passam de pai para filho.

“A pesquisa mostra que o dono de uma micro e pequena indústria, assim como o de outros setores, enfrenta muitas dificuldades para manter seu negócio vivo. Porém, os obstáculos típicos da indústria acabam por forjar um empreendimento com bases mais sólidas”, afirmou o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. “O investimento em maquinário é alto, a mão de obra tem de ser especializada e o mercado tem suas particularidades. Tais características tornam a micro e pequena indústria mais resistente a turbulências”, conclui.

Desafios

Os donos de MPIs paulistas reconhecem uma série de dificuldades no seu dia a dia. Segundo eles, as principais estão relacionadas a legislação e investimentos, pois 35% deles afirmaram que os valores para investir são muito altos e apenas 35% poupam com essa finalidade.  Além disso, 53% não conseguem separar a conta pessoal da jurídica, o que é um dos principais erros na gestão de qualquer negócio.

Também 43% informaram que o aumento do dólar tem muito impacto no empreendimento, assim como 30% disseram que o crescimento da China prejudicou o desempenho e apenas 15% consideram o cenário atual favorável para ampliar o negócio. Contudo, os empreendedores mais experientes estão conscientes de que o preparo é fundamental para o sucesso.

No geral, apesar dos obstáculos, a expectativa dos empresários de pequenas indústrias é aumentar o faturamento e a lucratividade, mesmo que esse crescimento não ocorra imediatamente. Para esses empreendedores, manter-se no mercado já é uma vitória, mostra o levantamento.

“A micro e pequena indústria está passando um momento difícil, com câmbio desfavorável, forte concorrência da China e mau desempenho da economia brasileira, mas no geral tem conseguido se superar”, disse o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “Diferentemente dos outros setores, no médio e longo prazo, o investimento em um negócio desse setor acaba dando mais retorno”, falou.

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