A enxaqueca é um dos tipos mais comuns de dor de cabeça e uma das mais incapacitantes. Mais frequente nas mulheres, pelo fator hormonal, não possui cura, mas tem tratamento. Um diagnóstico bem feito, com tratamento adequado, ajuda a pessoa a evitar as crises e a ter uma vida normal.
Segundo o neurologista, Dr. Donizete César Honorato (CRM 42.242),
a enxaqueca apresenta sintomas bem característicos entre as dores de cabeça. “É uma dor de cabeça que, costumeiramente, ocorre em um dos lados da cabeça, como a gente diz, no hemicrânio. É de moderadas a forte intensidade, pode durar de quatro a 72 horas e é extremamente incapacitante. Às vezes, é difícil entender porque a pessoa não foi trabalhar, porque a criança não foi na escola… “, diz.
Embora a enxaqueca seja mais frequente nas mulheres, principalmente durante o período produtivo, entre 20 e 60 anos, ela também ocorre nos homens e nas crianças. “A enxaqueca é caracterizada por distúrbios que existem em alguns neurônios. É uma doença hereditária, a gente sempre observa quando o pai tem, o vô tem, a tia tem… isso ajuda muito a fazer o diagnóstico”, explica Dr. Honorato.
Segundo o médico, como existem dores de cabeça causadas por outros fatores, como sinusite, problemas de visão, cansaço, disfunções das articulações temporomandibulares, problemas neurológicos ou neurocirúrgicos, é fundamental fazer o diagnóstico correto. “É importante você mesmo identificar a sua dor de cabeça. Faça uma agendinha: quando dói, como dói, como começa, como é a evolução dessa dor de cabeça. Isso vai ajudar muito a fazer os diagnósticos previstos”, orienta.
Quando procurar o médico?
Toda vez que as dores de cabeça são incapacitantes. Quando começam a aparecer náuseas, vômitos, alterações na vista, é o momento de procurar o médico. “Se você tentou tratamentos caseiros, mas se passaram alguns dias e essas dores de cabeça não melhoraram, é indicado procurar um médico. Será feita uma triagem adequada para ver onde se encaixa essa dor de cabeça. Não só como enxaqueca, mas como aquelas outras que, de repente, podem ser um problema neurológico mais sério”, diz.
Como prevenir?
Dormindo bem, se alimentando bem, tentando diminuir o máximo de estresse, tendo uma vida ativa. Não abusar do álcool e do cigarro. “Tudo isso colabora para a crise de enxaqueca não seja desencadeada. É importante realizar atividades físicas, manter laços de amizade, ter uma vida interativa, participar da academia. Tudo isso vai criar substâncias poderosas que podem inibir o desencadeamento das enxaquecas”, garante o médico.
Enxaqueca tem cura?
“A pergunta que sempre se faz e que não quer calar é se a enxaqueca tem cura. Na realidade, a enxaqueca não tem cura, mas ela tem tratamento. Se você pensar em uma pessoa que tem diabetes, ele não tem cura do diabetes, mas vive a vida normalmente, com os tratamentos, com os cuidados”, compara. “A enxaqueca é a mesma coisa. Se você evitar os fatores desencadeantes, ter um acompanhamento correto, pelo neurologista, pelo otorrinolaringologista, pelo oftalmologista, pelo dentista, é possível viver sem dor”, diz.
O neurologista ressalta que, atualmente, há muitas opções de medicamentos, para as duas fases da enxaqueca, que são antes da crise e na crise. “Existem também tratamentos interativos, como ioga, massagem, toxina botulínica, acupuntura… existem várias outras maneiras de te tornar uma pessoa feliz, uma pessoa sem dores de cabeça”, afirma.